Festa e protestos marcam adeus do Reino Unido à UE

Festa e protestos marcam adeus do Reino Unido à UE
Direitos de autor -
Direitos de autor -
De  João Paulo Godinho
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Formalização do Brexit foi vivida com festa junto de Westminster, enquanto escoceses e irlandeses manifestaram-se contra a saída do bloco comunitário.

PUBLICIDADE

Três anos e meio depois do referendo de junho de 2016, a contagem decrescente para o Brexit chegou mesmo ao fim e o Reino Unido deixou de fazer parte da União Europeia (UE) às 23h00 desta sexta-feira (hora em Londres e Lisboa, mais uma em Bruxelas).

No centro da capital britânica, milhares de pessoas juntaram-se para celebrar o fim de uma ligação com 47 anos de história. À festa não faltou Nigel Farage, um dos maiores impulsionadores do movimento de saída e defensor de uma nova esperança para o Reino Unido no futuro pós-União Europeia.

A mesma esperança que o primeiro-ministro Boris Johnson reiterou numa mensagem gravada horas antes para os cidadãos britânicos.

"O mais importante a dizer esta noite é que isto não é um fim, mas sim um início. Este é o momento em que surge o amanhecer e sobe a cortina sobre um novo ato na nossa história. E sim, em parte trata-se de usar esses novos poderes, essa recuperada soberania, para fazer as mudanças pelas quais as pessoas votaram", afirmou o governante, procurando não alienar os 48 por cento de eleitores que estavam a favor da continuidade na UE.

No entanto, nem todos viveram o momento histórico com a mesma alegria e a Escócia foi palco de manifestações contra a formalização da saída do Reino Unido.

A maioria dos escoceses tinha votado pela permanência na União Europeia, mas os votos não foram suficientes para impedir o Brexit.

Agora, ergue-se mesmo uma renovada ambição escocesa de se separar do Reino Unido, já expressa diversas vezes pela primeira-ministra Nicola Sturgeon e que repetiu na última noite através da rede social Twitter.

Também na Irlanda do Norte foram convocadas ações de protesto e pesar pelo Brexit. Cerca de 56 por cento da população votou a favor da permanência e muitos temem o regresso dos problemas na fronteira com a Irlanda, uma das questões mais difíceis de resolver durante os últimos três anos para a obtenção de um acordo de saída e que ficou conhecida como 'backstop'.

Westminster apagou a luz sobre o processo, mas 2020 será um ano ainda de transição e de duras negociações para a futura relação com Bruxelas, em particular sobre a questão comercial.

As negociações só devem arrancar em março, sendo que os princípios estão enunciados na declaração política que acompanha o Acordo de Saída alcançado por Boris Johnson.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Unionistas terminam bloqueio: parlamento da Irlanda do Norte pode retomar atividade no fim de semana

Batalha legal contra as "prisões" temporárias de requerentes de asilo em Inglaterra

Marcha pela reintegração do Reino Unido na União Europeia