Morte da jornalista reavivou memória de três décadas de conflito armado na Irlanda do Norte
Um homem de 52 anos foi formalmente acusado pelo assassinato da jornalista Lyra McKee, durante confrontos entre o grupo dissidente Novo IRA e as forças da ordem em Londonderry, na Irlanda do Norte, em abril de 2019.
Detido na terça-feira com três outros suspeitos, que foram entretanto libertados, o homem é acusado de homicídio, posse de arma com intenção de atentar contra a vida e por reivindicar a pertença a uma organização considerada terrorista.
O assassinato de McKee provocou uma onda de choque no Reino Unido e reavivou na memória os chamados "Troubles", o conflito armado que durou três décadas na Irlanda do Norte, opondo católicos defensores da reunificação da Irlanda a protestantes fiéis à coroa britânica, que reclamou 3500 vidas antes de chegar ao fim graças ao acordo de paz da Sexta-Feira Santa de 1998.
Mas há ainda grupos dissidentes ativos, como o Novo IRA, que reconheceu poucos dias depois da morte a tiro da jornalista de 29 anos no bairro católico de Creggan a responsabilidade pelo crime, afirmando que McKee se "encontrava ao lado das forças inimigas", numa referência às autoridades.