Porto búlgaro recebe lixo ilegal

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De  Nara Madeira
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Porto búlgaro recebe lixo ilegal. Autoridades e população preocupadas com consequências para a saúde.

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O porto de Varna, no mar Negro, é onde a maioria dos resíduos italianos acabam. Pilhas e pilhas de contentores cheios de lixo aguardam novas ordens. Um primeiro lote, cerca de 30, foi reenviado na semana passada, para o porto de Salerno, perto de Nápoles. Cerca de uma centena permanece aqui.

O enviado da euronews, Damian Vodenitcharov, explica que "estas docas deveriam ser apenas a primeira paragem para esses contentores cheios de lixo. Depois seriam enviados para todo o país, para vários locais de armazenamento, aterros ilegais ou, diretamente, para a incineração".

A procuradora regional interina de Varna tem tentado reprimir essas remessas ilegais. Vladislava Panayotova explica que o lixo que vem "dentro desses contentores é diferente do que os documentos aduaneiros dizem que deveria ser. No papel, deveria haver apenas plástico e borracha, mas foi determinado que também havia metais, madeira e vidro. É isso que torna esse lixo ilegal".

Este lixo pode não ser perigoso mas a sua incineração é polémica até porque acontece em empresas de um oligarca búlgaro. Hristo Kovachki está a braços com a Justiça por falhas na implementação das regras sobre a poluição da UE. Num destes complexos, a 70 quilómetros de Sofia, o processo de incineração foi parado, temporariamente, devido a uma investigação por tratamento ilegal de resíduos. 

População e autoridades locais temem as consequências desta operação para a saúde pública. Elsa Velichkova, presidente da câmara de Bobov Dol diz que a "principal questão é a emissão de partículas finas para o ar, quando o lixo está a ser incinerado. Elas são muito perigosas para a população. Especialistas dizem que, em cinco anos, o número de pessoas com cancro aumentará, se a incineração de lixo não for interrompida. Estou, extremamente, preocupado com essa possibilidade", afirma.

As autorizações para incineração de resíduos domésticos e importados foram concedidas sem qualquer avaliação do impacto ambiental. Também não é claro se as instalações foram adaptadas para queimar lixo em vez de carvão convencional. A euronews não conseguiu falar com os responsáveis da referida central nem com ministério do Ambiente. Mas a incineração de resíduos é um bom negócio para as empresas do setor búlgaras, como explica Danita Zarichinova, da organização não-governamental Friends of the Earth Bulgaria:

"O contrato da cidade de Sofia com as centrais de Bobov dol e Sliven foi publicado. Dependendo do estado do lixo, as centrais ganham entre 10 e 40 euros por tonelada, para a sua incineração. Portanto, não se trata apenas do lixo importado mas também do nosso".

Termine como terminar a investigação que está em curso, a Bulgária não proibirá a importação de resíduos, porque não pode fazê-lo, de acordo com as regras da UE para o mercado único. Isso também não serviria os seus interesses, porque o país é um exportador de lixo. Cerca de 370 000 toneladas foram importadas, em 2017, e mais de 560 000 foram exportadas no mesmo ano.

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