O problema do lixo na Roménia

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Direitos de autor AP
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De  Ricardo FigueiraMari Jeanne Ion
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À pouca reciclagem e às lixeiras sobrecarregadas junta-se a importação de resíduos de outros países.

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A Roménia está submersa com um problema de lixo - Há leis restritivas sobre a importação de resíduos para o país, mas essas leis podem ser contornadas quando se trata o lixo como mercadoria, que pode viajar livremente pela Europa. As empresas podem, legalmente, enviar fardos de lixo para serem coincinerados nas cimenteiras por 17 euros a tonelada, muito menos que os 250 euros por tonelada que custa em certos países. Mas há motivos de preocupação ainda maiores:

"O que é ilegal em vários casos que documentámos é que fazem lixo de um certo tipo passar por outro tipo. Os fardos estão etiquetados como uma coisa, mas contêm outra. Muitas vezes lixo hospitalar, coisas contaminadas ou simplesmente lixo municipal comum. Não há nenhuma monitorização nas fronteiras, onde este tráfico poderia ser parado", conta Romana Puiulet, jornalista de investigação.

Além das cimenteiras, as incineradoras municipais são outra opção para as autoridades locais romenas, que conseguem assim, além de eliminar o lixo, gerar energia. Mas as ONG ambientalistas advertem que a incineração de certos tipos de lixo não é uma forma segura de o eliminar, seja nas cimenteiras ou nas incineradoras.

"Não é uma boa solução, porque as emissões de dioxinas e de furano são um perigo para a população. De momento, não são medidas e não temos ideia do nível de toxicidade que há na atmosfera", conta Marius Cobârzan, da ONG "Zero Waste Romania".

A coleta seletiva é quase não existente na Roménia e menos de 15% do lixo é reciclado, o que já levou a procedimentos por infração por parte da Comissão Europeia. Bucareste tem apenas três lixeiras e uma delas funciona apenas a 80%, o que se tornou uma crise para a capital romena.

Diz o ministro do ambiente Costel Alexe: "A Comissão Europeia recomendou que os sistemas integrados de gestão de lixo, as lixeiras ecológicas e a incineração não deveriam ser financiadas no quadro do atual orçamento. A prioridade nacional é aumentar a coleta seletiva e a reciclagem, que representam apenas 13,8%".

Só em Bucareste, uma cidade onde vive 10% da população romena - os lares produzem mais de um milhão de toneladas de lixo todos os anos. Com uma das lixeiras a não funcionar completamente, o armazenamento é um grande desafio. Muitos encontram soluções como deitar o lixo à beira da estrada.

A Comissão Europeia abriu um procedimento de infração contra a Roménia por não respeitar os limites europeus de poluição. A Roménia, tal como A Grécia e Malta, têm agora prazos para introduzir programas nacionais que permitam fazer com que os níveis de poluição entrem nas normas europeias.

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