Estados Unidos pressionam Portugal e Espanha contra o 5G chinês

Empresas de telecomunicações chinesas como a Huawei sob pressão em Espanha
Empresas de telecomunicações chinesas como a Huawei sob pressão em Espanha Direitos de autor AP Photo/Bernat Armangue
De  Francisco Marques com Agência Lusa, EFE
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Huawei acusa Washington de estar "a levar a cabo uma campanha global sem nenhum tipo de prova ou indício que sustentem as acusações" contra a empresa chinesa

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Os Estados Unidos ameaçam deixar de partilhar informações com os países da União Europeia caso a tecnologia chinesa seja aceite nas respetivas redes 5G.

A Casa Branca enviou à Europa o vice-secretário de Estado para as Comunicações e Internet para tentar pressionar os "27" a bloquearem as empresas chinesas como a Huawei ou a ZTE.

Robert Strayer esteve esta quinta-feira em Madrid, onde sublinhou inclusive uma ameaça: Se Espanha adotar a tecnologia 5G proveniente da China, os Estados Unidos serão obrigados a deixar de partilhar informações de segurança com Madrid devido ao perigo dessa informação importante ir parar ao Partido Comunista Chinês.

Antes, Strayer já havia passado por Lisboa onde se reuniu com a Anacom, com empresas de telecomunicações portuguesas e até com o Governo para também tentar sensibilizar Portugal a resistir, por exemplo, à tecnologia da Huawei quando lançar em abril o leilão do 5G.

Em dezembro de 2018, no âmbito da visita a Portugal do Presidente chinês Xi Jinping, a AlticePortugal e a Huawei assinaram um memorando de entendimento para a"acelerar o desenvolvimento e capacitação da rede 5G em Portugal", explicou na altura Chris Lu, o presidente da Huawei Portugal.

Agora, o responsável pela política cibernética do Departamento de Estado norte-americano lembrou que a rede de quinta geração é a infraestrutura de telecomunicações do futuro, mas é também uma rede complexa que será de controlo difícil e por isso os Estados Unidos vão ter "primeiro de reavaliar como o equipamento da Huawei vai impactar as redes" norte-americanas.

Os Estados Unidos sublinham que a China é controlada pelo partido comunista e que este poderá exigir à Huawei ou a outras empresas chinesas para violarem os respetivos filtros de segurança e espiarem os países onde a rede 5G se baseie em tecnologia chinesa.

"Estamos muito preocupados. Os países têm de escolher fornecedores confiáveis" e oriundos de países "com regras e leis democráticas" e "escrutináveis", sublinhou Robert Strayer.

Huawei contra-ataca em Espanha

A Huawei Espanha reagiu em comunicado às alegações do porta-voz dos Estados Unidos em Madrid.

Em comunicado, a empresa assumiu-se como "uma multinacional privada independente, comprometida com o trabalho de garantir operações seguras das redes de telecomunicações assim como nos serviços aos nossos clientes".

"Os Estados Unidos estão a levar a cabo uma campanha global, atacando a Huawei sem nenhum tipo de prova ou indício que sustentem as suas acusações", garantiu a sucursal da empresa chinesa.

O responsável norte-americano á havia estado na semana passada em Munique, numa conferência internacional de segurança, onde tentou igualmente passar a mensagem dos Estados Unidos.

Robert Strayer considera que a decisão do 5G não deveria ser tomada pelas empresas de telecomunicações, mas pelos próprios governos porque estará em causa a segurança nacional.

Como alternativa à tecnologia chinesa, o porta-voz dos Estados Unidos têm vindo a promover o trabalho da empresa sueca Ericsson, da finlandesa Nokia e da sul-coreana Samsung como estando tão avançadas na tecnologia 5G como a Huawei.

O vice-secretário de Estado para a Comunicação e Internet manifestou ainda o descontentamento dos Estados Unidos perante a posição do Reino Unido, que decidiu permitir às empresas chinesas o fornecimento de equipamentos para algumas infraestruturas da rede 5G em desenvolvimento no até há pouco membro da União Europeia.

Outras fontes • El Mundo, Público

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