Covid-19 esvazia cidades italianas e ameaça cancelar Carnaval

Codogno parece uma cidade-fantasma devido ao novo coronavírus
Codogno parece uma cidade-fantasma devido ao novo coronavírus Direitos de autor AP Photo/Luca Bruno
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De  Francisco MarquesBruno Sousa com Ansa
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Duas mortes e cerca de 40 casos de infeção confirmados em Itália levam Governo a tomar medidas de contenção que estão a deixar as cidades desertas

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Duas mortes e mais de 50 casos de infeção confirmados estão a assustar Itália devido à rápida propagação de Covid-19 pelo país.

Diversos desfiles de Carnaval estão a ser cancelados e as recomendações dos governos locais estão a levar ao encerramento de diversos estabelecimentos comerciais e inclusive dos postos de correio nas regiões afetadas por surto italiano deste novo coronavírus originário de Hubei, na China.

O desporto também está a ser afetado. A partida de futebol da Série B entre o Ascoli e a Cremonese, vários jogos de voleibol, hóqueio em patins e basquetebol foram adiados para datas a conhecer posteriormente. Tudo devido ao Covid-19.

Uma reunião de emergência liderada pelo primeiro-ministro Giuseppe Conte está a decorrer este sábado na sede da Proteção Civil, em Roma, depois de a Itália se ter tornado no quarto país europeu onde o vírus se transmitiu depois de Alemanha, França e Reino Unido.

Os casos italianos registam-se sobretudo em duas regiões, Lombardia (46) e Veneto (11), cada qual também já com um morto provocado pelo Covid-19: um homem de 78 anos, em Pádua, na sexta-feira à noiute, e já este sábado uma mulher também septuagenária, de Casalpusterlengo.

No entanto, existem também já casos confirmados nas regiões de Piemonte e Umbria. O receio de propagação a todo o país está a aumentar rapidamente e algumas localidades como Codogno, onde foram já confirmados seis casos de infeção, parecem estranhamente cidades-fantasma em pleno fim de semana de Carnaval.

Interpelada por um jornalista, uma residente ao volante dizia-se "muito, muito preocupada" e contava que estava a caminho de "comprar alguma comida" porque previa que "mais tarde vai ser pior".

Outro residente dizia sentir na cidade um "grande pânico desde a descoberta dos casos de infeção". "O uso de máscaras é correto, mas parece-me excessivo todo este pânico. Está tudo a fechar e isto, para as pessoas que têm de trabalhar, vai criar muitos dificuldades", acrescentou.

Este sábado, aterrou em Itália um avião oriundo do Japão com 19 italianos que estiveram a bordo do maior foco de infeção fora da China: o navio cruzeiro "Diamond Princess", que está ancorado em Yokohama e onde já foram registados mais de 600 casos, incluindo duas mortes.

O grupo agora repatriado vai ficar de novo em quarentena em Itália, para despistar de vez qualquer contágio por Covid-19 numa altura em que surgem da China avisos de que o período de incubação afinal pode ser pelo menos o dobro dos 14 dias inicialmente referidos.

A bordo continua um tripulante proveniente da Nazaré, suspeito de ser o primeiro português infetado pelo coronavírus.

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