Candidato nas presidenciais da Guiné-Bissau acusa Macky Sall de interferir nas eleições após ser recebido por João Lourenço em Luanda
Domingos Simões Pereira foi recebido por João Lourenço em Luanda e pediu ao chefe de Estado angolano que esteja atento à situação no seu país. Em declarações aos jornalistas após o encontro, não hesitou em queixar-se de interferência externa:
"Há um país vizinho da Guiné-Bissau que assume que vai lançar o leilão de plataformas de exploração petrolífera, incluindo plataformas petrolíferas que estão dentro do território da Guiné-Bissau".
Domingos Simões Pereira acrescentou, sem papas na língua: "Estou a falar do Senegal, obviamente. O Presidente do Senegal assumiu num ‘tweet' pessoal que a CDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) deveria mobilizar as forças para impor o Presidente que ele acha que devia ser colocado na Guiné-Bissau, a exemplo do que já tinha feito na Gâmbia".
Em causa está um tweet de Macky Sall, considerado como uma felicitação a Umaro Sissoco Embaló pela vitória... publicado antes da Comissão Nacional de Eleições se ter pronunciado sobre o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça que ordenou um novo apuramento dos resultados.
A ordem judicial acabou por ser ignorada e Sissoco Embaló aproveitou para marcar a tomada de posse para esta quinta-feira. O primeiro-ministro Aristides Gomes já se pronunciou, afirmando que uma tomada de posse sem esperar por uma posição do Supremo Tribunal de Justiça seria uma tentativa de golpe de Estado.