Observar os esgotos para entender a propagação da Covid-19

Perspetiva do "distrito da luz vermelha", quase vazio, em Amesterdão, na Holanda
Perspetiva do "distrito da luz vermelha", quase vazio, em Amesterdão, na Holanda Direitos de autor AP Photo/Peter Dejong
Direitos de autor AP Photo/Peter Dejong
De  Francisco MarquesAnnabel Murphy
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Cientistas holandeses alegam ter descobertos indícios dos novo #coronavírus em Haarlem antes mesmo do registo local dos primeiros casos de infeção

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Cientistas holandeses alegam ter descoberto indícios do novo coronavírus nas águas residuais da cidade de Haarlem, na Holanda, antes dos primeiros casos de Covid-19 terem ali sido registados no início de março.

Com escassas ferramentas para estudar a origem e a propagação da pandemia, os esgotos, habitualmente úteis na analise de bactérias e parasitas, podem agora ajudar também no caso deste novo coronavírus.

Ana Maria Husman, da agência de Saúde Pública e Ambiente da Holanda (RIVM), explica-nos que "o que podemos conseguir com a observação dos esgotos é perceber os fluxos ao longo do tempo para, a partir da primeira introdução da doença no pais, tentarmos perceber a propagação do vírus."

A monitorização da rede de esgotos serve como primeiro sistema de alarme. O vírus é detetado nas águas residuais antes de as pessoas apresentarem sintomas.

Não é um processo perfeito, mas tem resultados e permite perceber a propagação da doença.

Nos países mais desenvolvidos, a capacidade de testar é mais apertada, mas os laboratórios internacionais podem ajudar no combate a esta nova doença ainda incurável

O professor Frank Aarestrup, chefe de pesquisa em epidemiologia genómica da Universidade Técnica da Dinamarca, mostra-nos outra forma de monitorização da Covid-19 ja em curso: "a possibilidade de enviar as amostras para uma unidade central onde podem ser analisadas".

"Não é tão rápido como se fosse feito logo no local da recolha, como seria o ideal, mas é ainda assim exequível enviar amostras de várias partes do mundo para um laboratório central as analisar e conseguir um quadro decente da atual situação mundial", defende Frank Aarestrup.

O controlo das águas residuais revela-se importante para cientistas e investigadores porque permite encontrar informação valiosa e precisa sobre todos os tipos de bactérias, parasitas e doenças, como a Covid-19.

Outras fontes • RIVM, DTU

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