Organização da prova belga decidiu manter a edição com 13 ciclistas a correr em casa.
Não é, de todo, a mesma coisa. Mas, ao menos, 13 ciclistas poderão dizer que participaram na edição 2020 da Volta à Flandres. Este domingo tem lugar uma competição virtual que poderá, quem sabe, entreter alguns dos muitos adeptos da emblemática prova belga de ciclismo que costuma trazer um milhão de espetadores à rua.
Tomas van den Spiegel, responsável da organização, explica que a primeira reação foi tentar adiar o evento para o outono. Mas depois surgiu a hipótese de fazer algo já e que se demarcasse pela inovação.
Em vez de 260 quilómetros, serão apenas 32. Cada um dos 13 participantes é seguido por câmaras instaladas em casa para uma transmissão ao vivo na internet. Há várias críticas à realização da corrida nestas condições, numa altura em que se sucedem anúncios de cancelamentos de provas desportivas como Wimbledon. Para esta organização, parar é morrer.
"O desporto depende de patrocínios, de direitos televisivos. A inquietação é geral. E o ciclismo", relembra Tomas van den Spiegel, "é um ecossistema frágil, no qual as equipas dependem quase a 100% dos patrocínios".
Resta saber quantas das imagens típicas das mais famosas voltas de ciclismo iremos realmente ver este verão.