FMI aponta défice de 7,1% em 2020 para Portugal

An exterior view of the building of the International Monetary Fund (IMF)
An exterior view of the building of the International Monetary Fund (IMF) Direitos de autor OLIVIER DOULIERY/AFP or licensors
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De  Euronews com LUSA
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Fundo Monetário Internacional anuncia também uma forte degradação da dívida pública até ao final do ano.

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Os efeitos da pandemia de covid-19 deverão ter efeitos profundos na economia portuguesa em 2020, com o Fundo Monetário Internacional (FMI) a prever um défice de 7,1% e um agravamento da dívida pública para 135% do Produto Interno Bruto (PIB).

Depois de ter alcançado um inédito excedente orçamental de 0,2% nas últimas décadas, o saldo orçamental português regista assim uma quebra muito acentuada, em linha com outros parceiros europeus afetados também pelo novo coronavírus. Já em 2021, o défice deverá situar-se em 1,9%.

Segundo o 'Fiscal Monitor' divulgado hoje pelo FMI, a dívida pública passará dos 117,7% do PIB de 2019 para 135% em 2020, regressando à trajetória de descida no ano seguinte, com uma previsão de 128,5% para 2021.

O saldo primário (sem despesas de juros da dívida pública) passará de um excedente de 3,1% do PIB em 2019 para um défice de 4% em 2020 devido à pandemia, voltando a um saldo positivo, de 1%, em 2021, de acordo com as previsões do FMI.

Segundo o anexo estatístico do FMI ao 'Fiscal Monitor', em percentagem do PIB a receita passará dos 43,3% em 2019 para os 42,9% em 2020, voltando a subir para os 43,4% em 2021.

O maior impacto deverá verificar-se mesmo na despesa em percentagem do PIB, que subirá dos 43,1% em 2019 para os 49,9% em 2020, baixando para os 45,3% em 2021.

O FMI projeta ainda que o diferencial entre as taxas de juro e o crescimento, em 2020 e 2021, seja de 3,6%, abaixo dos de Espanha e Itália (4,5%).

As necessidades de financiamento brutas de Portugal deverão ascender a 18,6% do PIB em 2020, segundo a instituição sediada em Washington.

O FMI prevê uma recessão de 8,0% da economia portuguesa e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020, devido à pandemia de covid-19, de acordo com as Perspetivas Económicas Mundiais divulgadas na terça-feira.

A economia da zona euro deverá ter uma recessão de 7,5% este ano, de acordo com o FMI, recuperando depois para um crescimento de 4,7%, e a taxa de desemprego agregada dos 19 países deverá subir dos 7.6% para os 10,4%, descendo depois para os 8,9% em 2021.

O FMI prevê ainda que a economia mundial tenha uma recessão de 3% em 2020, fruto do apelidado “Grande Confinamento” devido à pandemia de covid-19.

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