Movimento "Net!" ("Não!") opõe-se a reforma constitucional que permite ao presidente russo governar durante mais dois mandatos.
A tradicional manifestação foi substituída por um protesto digital, mas nem por isso os opositores de Vladimir Putin deixaram de levar as palavras de ordem para a rua.
Dizem "Não!" às alterações à constituição que permite ao presidente governar mais dois mandatos e acusam o governo de usar a quarentena do coronavírus para impor restrições ilegais.
Dmitriy Gudkov, político da oposição ao governo russo explica que, para ele, a ação se trata de uma "a reunião dos cidadãos que são mantidos sob prisão domiciliária". Para o participante do movimento "Net!" ("Não!"), o governo está a usar a quarentena por causa do coronavírus como pretexto para mantê-los em casa. "Agora estamos todos em prisão domiciliária, porque não tem nada a ver com quarentena ou com autoisolamento, embora tivéssemos concordado em ficar em casa durante o surto do coronavírus", afirma.
A ação foi difundida através do canal YouTube e, apesar de sofrer alguns problemas técnicos, incluiu intervenções de opositores, especialistas e agentes da sociedade civil, todos a partir de suas casas.
Putin anunciou esta terça-feira que o pico da pandemia na Rússia ainda está por atingir e que o país vai permanecer em quarentena até 11 de maio.
De acordo com os dados oficiais, a Rússia regista quase 100 mil casos de infeção de coronavírus aproximando-se das mil mortes associadas à covid-19.