Detidos por suspeita de publicarem informações falsas ou alarmistas

Detidos por suspeita de publicarem informações falsas ou alarmistas
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Na Hungria, duas pessoas foram detidas por alegadamente publicarem informações falsas ou alarmistas sobre a Covid-19. Um dos detidos é político. A oposição diz estar alarmada pelo que diz ser uma política de intimidação.

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Intimidação ou luta contra informação falsa. A oposição húngara diz estar alarmada com as recentes detenções de duas pessoas acusadas de espalharem medo. Uma foi levada na terça-feira pelas autoridades por alegadamente ter criticado o governo e outra foi detida na manhã seguinte por ter organizado uma manifestação em abril. 

János Csóka-Szucks foi detido, segundo a polícia, por publicar notícias falsas mas não sabe quais são as acusações formais.

"Isto é sobre uma coisa. Estão a tentar punir aqueles que dizem o que pensam para que as outras pessoas fiquem intimidadas", explica.

O político da oposição tem todos os aparelhos eletrónicos confiscados.

Quanto ao homem detido na terça-feira, a procuradoria retirou as acusações, concluiu que apenas emitiu uma opinião. 

Para o governo, o Estado de Direito está a funcionar perfeitamente.

"Num estado de direito este tipo de coisas acontece. Se as autoridades errarem, especialmente se o erro resultado numa detenção, há a opção de pedido de compensação, mesmo se a detenção durar umas horas", declarou Gergely Gulyás, ministro do gabinete do primeiro-ministro.

Tamás Hoffmann, perito em lei internacional, disse à Euronews que outros países europeus têm instrumentos legais semelhantes. Em Espanha, por exemplo, alguns "youtubers" foram detidos por terem dito que o número de mortos era maior do que o anunciado pelas autoridades. Mas, Tamas Hoffman, diz que a lei húngara permite abusos.

"Muitas pessoas estarão com medo de expressar alguns pensamentos porque - com ou sem razão - podem ser processados. Este é o chamado efeito inibidor. As pessoas não se atrevem a dizer o que pensam e isso é mais prejudicial para a liberdade de expressão do que os processos judiciais", salienta.

A polícia húngara diz ter aberto 87 casos por alegado alarmismo relativo à Covid-19. 16 suspeitos foram já questionados.

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