Dia 20 de junho celebra-se o dia mundial dos refugiados. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados estima existirem mais de 79 milhões de pessoas que foram obrigadas fugir das suas casas por causa da guerra, perseguições ou outros perigos.
Anelise Borges, jornalista Euronews: "O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) revelou que o número de pessoas a fugir à guerra e perseguições ultrapassou os 79 milhões no último ano. É o número mais elevado desde a criação a agência há 70 anos. Ao Alto-comissário, Filippo Grandi, coloquei a questão sobre o que isso significa e o que nos diz sobre o mundo em que vivemos".
Filippo Grandi, Alto-comissário do ACNUR: "São essencialmente conflitos que empurram estes milhões de pessoas para fora das suas casas. Por isso estes conflitos emergentes e os antigos que existem há anos e mesmo décadas, como no Afeganistão ou Somália, tendem a continuar sem solução".
Sessenta e oito por cento das pessoas que fugiram das suas casas no ano passado são originárias da Síria, da Venezuela, do Afeganistão, Sudão do Sul e Myanmar. Quarenta por cento são crianças. Perguntámos a Filippo Grandi como a Covid-19 afetou estas populações.
Filippo Grandi, Alto-comissário do ACNUR: "A maioria destas pessoas depende do rendimento diário, rendimento frágil de uma economia informal. Tudo isto desaparece em confinamentos que os governos foram obrigados a decretar para travar a pandemia. Mas a destruição de meios de subsistência foi devastadora (...) esta crise revelou que a Europa, mais uma vez, não consegue lidar com os movimentos destas populações, porque a única forma de abordar o problema é através de uma forma unida, na partilha do fardo, da responsabilidade, de quando um barco chega ter um sistema implementado que distribua pelo continente inteiro todos os requerentes de asilo... Mais uma vez observamos barcos à deriva no mediterrâneo, negociações difíceis a infligirem sofrimento aos migrantes e a uma inflamação da retórica política dos que exploram esta situação".