Presidente de Angola enquadra Efacec na cooperação com Portugal

João Lourenço enaltece colaboração judiciária com Portugal
João Lourenço enaltece colaboração judiciária com Portugal Direitos de autor Andrew Caballero-Reynolds/Pool via AP
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De  Francisco Marques com Agência Lusa
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Processo "Luanda Leaks" congelou contas e bens de Isabel dos Santos e o governo português avançou para a nacionalização da participação da empresária na energética portuguesa

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O Presidente de Angola considerou esta sexta-feira que a nacionalização por Portugal da participação de Isabel dos Santos na Efacec está dentro da cooperação judiciária que vem sendo estabelecida entre os dois países no âmbito do processo "Luanda Leaks".

A empresária viu as contas e bens em Portugal serem congelados devido à suspeita de desvio de fundos públicos em Angola e abuso de posição na Sonangol, e isso deixou a Efacec em perigo.

Para o governo português, tratou-se "de preservar uma empresa importante" para o país, como escreveu nas redes sociais o ministro da Economia Pedro Siza Viera.

A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, justificou a intervenção do Estado com a tentativa de "viabilizar a continuidade da empresa, garantindo a estabilidade do seu valor financeiro e operacional e permitindo a salvaguarda dos cerca de 2.500 postos de trabalho".

Questionado à margem de uma cerimónia em Luanda, João Lourenço enquadrou a nacionalização da empresa que pertenceu a Isabel dos Santos na cooperação entre países.

"É um trabalho que vem sendo feito entre a justiça angolana e a justiça portuguesa. Os estados defendem sempre a justiça independentemente dos rostos que estejam em causa", afirmou o Presidente angolano.

A reação de João Lourenço surgiu durante a cerimónia de inauguração do novo Instituto Geológico de Angola. Um projeto que o presidente diz ser "de extrema importância" para confirmar o potencial angolano.

"Nós temos puxado pelo ministro dos Recursos Minerais e Petróleo no sentido de procurar explorar todos os recursos de que Angola dispõe. Como sabemos, até aqui os recursos mais explorados [em angola] são o petróleo, o gás e os diamantes, mas, como acabámos de ver nas amostras que nos foram apresentadas, o país tem muito mais", garantiu.

João Lourenço acrescentou ainda que o IGEO “vai ser útil aos investidores que precisam de informação geológica para poderem fazer os seus investimentos na área geológica e mineira e essa informação será colhida nesse instituto que tem capacidade para servir todo o tipo de cliente, quer seja o estado quer sejam investidores privados”.

O IGEO, cuja primeira pedra foi lançada em dezembro de 2013, tem sede em Luanda na centralidade de Kilamba, e dois centros regionais, em Lubango (província da Huíla) e Saurimo (província da Lunda-Sul).

O laboratório de Luanda tem a função mais completa, com foco na microanálise. O de Lubango, além das análises genéricas possui capacidade de preparação e análise de rochas ornamentais e minerais industriais, enquanto o de Saurimo realiza análises geocientíficas.

Os laboratórios foram construídos e apetrechados pela chinesa CITIC Construction

Editor de vídeo • Francisco Marques

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