Grupo de refugiados menores ruma a Lisboa à procura de um futuro

Grupo de refugiados menores ruma a Lisboa à procura de um futuro
Direitos de autor Thanassis Stavrakis/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved
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De  Nara MadeiraApostolos Staikos
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Grupo de 25 refugiados menores não acompanhados deixa Atenas rumo a Lisboa à procura de um futuro.

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Um grupo de refugiados menores, não acompanhados, partiu de Atenas rumo à capital portuguesa, Lisboa. Um momento importante, de expectativa e esperança. Os sorrisos, descrevia um dos correspondentes da euronews na capital grega, estavam escondidos pelas máscaras de proteção contra o novo coronavírus.

O Ministro de Migração e Asilo da Grécia que se deslocou ao local com a embaixadora de Portugal em Atenas, Helena Paiva, colocava o ponto final no futuro e agradecia o apoio vindo de Portugal:

"Vinte e cinco crianças estão a começar uma nova vida e espero que seja uma vida melhor. Os portugueses decidiram receber 500 menores não acompanhados o que é, para nós, uma demonstração de forte apoio à Grécia", frisou Giorgos Koumoutsakos.

O correspondente da euronews, Apostolos Staikos, explicava que "há cerca de 5000 menores não acompanhados na Grécia. Mas, até agora, poucos chegaram aos portões" do aeroporto de Atenas "e partiram para uma nova vida. As autoridades gregas estão a pedir aos Estados-membros da UE que mostrem mais do que palavras de apreço, pede, que acolham algumas dessas crianças".

Enquanto alguns desses menores se despedem da Grécia outros tentam construir as suas vidas em Atenas. Haroun, do Afeganistão, mora num apartamento com outros três jovens. Tem 17 anos adora boxe, vai à escola e já aprendeu grego. Pretende ficar no país alguns anos mas as suas ambições são maiores:

"Quero ser político e um dia voltar ao Afeganistão. Precisamos reconstruir a nossa pátria. A guerra tem de parar, precisamos de paz e mais empregos. Quero que o meu país se torne normal, como todos os outros países", desabafa.

Uma organização não-governamental, a Metadrasi, implementou um programa de casas semi-autónoma para menores dos 16 aos 18 anos, Haroun vive numa delas. Uma assistente social visita-os duas vezes por semana. O objetivo é torná-los mais responsáveis e ajudá-los a encontrar soluções, a serem criativos. Haroun e um dos seus colegas de casa estão a transformar velhos discos em obras de arte mas os desafios são gigantescos para a maioria dos menores não acompanhados.

Lora Pappa, fundador da Metadrasi explica que há "muitas crianças desacompanhadas. A maioria delas vive em condições miseráveis, em lugares perigosos das ilhas, algumas estão ao relento, outras em centros de detenção. Não há infraestruturas suficientes para as albergar. E 40% dessas crianças têm o direito de se reunir com um parente num país da União Europeia mas existe demasiada burocracia, os procedimentos têm de ser acelerados", conclui.

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