Covid-19 cria novas bolsas de fome extrema

"Temos fome; estamos zangados" lia-se num cartaz no Soweto, na África do Sul
"Temos fome; estamos zangados" lia-se num cartaz no Soweto, na África do Sul Direitos de autor Themba Hadebe/Associated Press
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De  Teresa Bizarro
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Oxfam lança alerta para o agravamento da pobreza e da fome em todo o mundo. África é o continente que mais cuidados inspira, mas Brasil e Índia são consideradas zonas de fome emergente

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Se nada for feito, o ano vai terminar com uma média de 12 mil mortes por dia por fome associada à Covid-19. A estimativa é da Oxfam. A organização não governamental britânica diz que a pandemia está a agravar as situações de pobreza extrema e criar novos focos de miséria.

O continente que mais preocupação oferece é África, mas há situações urgentes para acudir também na Venezuela, no Haiti e no Afeganistão. À beira do risco extremo estão países como o Brasil, África do Sul e Índia.

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Nas contas da Oxfam, a confirmar-se a tendência, a fome associada à pandemia vai matar mais gente do que a doença. Contas que se apoiam no Programa Mundial de Alimentação. Diz esta agência das Nações Unidas que o número de pessoas em fome severa pode cheguar este ano aos 270 milhões - mais 82% do que no ano passado.

Para mitigar o efeito da pandemia nas zonas em risco, a Oxfam propõe seis eixos de ação. Para além da ajuda de emergência, a organização recomenda que sejam construídos eixos de produção e distribuição de comida mais sustentáveis, promovido o papel da mulher; Canceladas as dívidas externas; Apoiado o apelo da ONU para um cessar-fogo global e mais medidas para travar a crise ambiental.

De acordo com o relatório da organização britânica, os efeitos da crise no mercado petrolífero e das restrições à circulação vão continuar a fazer-se sentir nos próximos meses.

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