Receio do agravamento da epidemia durante o verão está a levar os governos a rever processo de retoma da atividade. Na Rússia, prepara-se o regresso dos voos internacionais
Os países europeus continuam a avançar a diferentes velocidades na retoma da atividade normal apesar da Covid-19 se manter ativa de forma transversal pelo continente.
A Eslováquia registou na quinta-feira um elevado número de contágios, mais de 50, para o que tem sido normal num dos países da União Europeia com mais baixo índice de incidência do novo coronavírus e está, por isso, a ponderar voltar a limitar os ajuntamentos sociais e a obrigação do uso de máscaras.
O mapa eslovaco da epidemia registava sexta-feira à noite um total de 1.870 casos de infeção, incluindo 28 mortos e 1.481 pessoas recuperadas, mesmo assim o país foi esta semana excluído da lista de destinos seguros do Reino Unido, o que motivou críticas da oposição ao Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Depois de os controlos fronteiriços terem já sido reforçados esta sexta-feira pela Eslováquia, as novas regras para conter o SARS-Cov-2 no país deverão ser conhecidas na segunda-feira.
Em Itália, o segundo país europeu com mais mortos no quadro da pandemia, quase 35 mil, o governo está a ponderar prolongar o estado de emergência até final do ano devido ao perigo de agravamento da epidemia.
O primeiro-ministro chegou mesmo a dar como certa, durante uma inauguração em Veneza, a extensão do Decreto do Conselho de Ministros da República Italiana (DPCM) em curso até dia 14 deste mês, mas viria a esclarecer mais tarde, após uma reunião com o homólogo holandês Mark Rutte, que tudo não passa para já de uma proposta que deve ser analisada pelo governo e decidida após debate no parlamento.
A oposição teme, no entanto, que esta seja apenas uma estratégia para permitir ao executivo poder deliberar sem passar pelo parlamento, mas Giuseppe Conte justificou a eventual necessidade do prolongamento do estado de emergência com os "significativos" surtos em diferentes regiões e uma taxa de propagação (RT) superior a 1 em pleno menos cinco.
Na Rússia, com as atividades lúdicas em progressiva retoma, nomeadamente a reabertura de museus, a epidemia continua a agravar-se, sobretudo em Moscovo, onde esta sexta-feira morreram mais 29 pessoas infetadas.
Apesar do novo coronavírus continuar a alastrar e já haver mais de 713 mil casos diagnosticados, incluindo 4.116 mortes, o Kremlin está a preparar o regresso dos voos internacionais e prevê começar a autorizar a partir de 15 de julho os voos de e para para países onde os contágios não excedam a taxa diria de 1 por cento.