Onda de calor provoca regras anti-incêndios e recomendações da DGS

Zonas costeiras são as mais procuradas por estes dias em Portugal
Zonas costeiras são as mais procuradas por estes dias em Portugal Direitos de autor AP Photo/Armando França
De  Francisco Marques com Lusa
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Ministério da Administração Interna colocou Portugal em estado de alerta vermelho, o mais grave de uma escala de quatro, devido à ameaça de fogo

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Portugal está a ser atravessado esta semana por uma onda de calor que está a gerar uma intensa corrida para as praias, mas também provocou a colocação do país em situação de alerta devido ao perigo de incêndios.

Já esta sexta-feira, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil enviou mensagens por telemóvel para as populações residentes nos 10 distritos colocados de véspera em estado de alerta vermelho, o mais grave de uma escala de quatro, para as informar da situação de risco extremo de incêndios rurais.

O sistema de aviso preventivo por SMS foi acionado após o Governo ter declarado situação de alerta em Portugal continental e da ativação do estado de alerta especial de nível vermelho, que se prolonga até às "23h59 do dia 19 de julho", domingo.

"A declaração surge na sequência da ativação do estado de alerta especial de nível vermelho - do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro - para o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais em 10 distritos: Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Porto e Aveiro", especifica o comunicado do Ministério da Administração Interna, em coordenação com a tutela do Ambiente e Ação Climática.

A Declaração de Situação de Alerta surge numa semana já marcada por dezenas de grandes incêndios em Portugal, que provocaram avultados prejuízos, deixaram dezenas de feridos e pelo menos um bombeiro morto, no combate a um fogo na Lousã.

O Governo implementou as seguintes medidas de caráter excecional:

  • Proibição do acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, bem como nos caminhos florestais, caminhos rurais e outras vias que os atravessem;
  • Proibição da realização de queimadas e queimas de sobrantes de exploração;
  • Proibição total da utilização de fogo-de-artifício ou outros artefactos pirotécnicos, independentemente da sua forma de combustão, bem como a suspensão das autorizações que tenham sido emitidas nos distritos onde tenha sido declarado o Estado de Alerta Especial de Nível Vermelho pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil;
  • Proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais e outros espaços rurais com recurso a qualquer tipo de maquinaria.

Banhistas também em perigo

Alheios às tragédias no combate aos fogos, os poucos turistas em Lisboa continuam a aproveitar as vistas à beira Tejo, mas o calor aperta.

Duas turistas indonésias, residentes na Alemanha, queixam-se de ter "dificuldade para respirar". "Está muito calor", afirma uma delas, acrescentando ser impossível usar a máscara anti-Covid por muito tempo.

Ainda assim, há quem não deixe de dar uma "corridinha" junto ao mar e muitos outros a correr mesmo para as praias devido a esta onda de calor que até à noite se faz agora sentir. E assim deverá continuar nos próximos dias.

O Jornal de Notícias analisou, entretanto, dados do portal Vigilância da Mortalidade, da Direção-geral de Saúde, e apontou esta sexta-feira para o pico de calor como um dos motivos para a alta mortalidade registada este ano, na primeira quinzena de julho, em comparação com o período homólogo de 2019.

Entre os dias 01 e 15 de julho morreram 4.721 pessoas em Portugal, o que equivale a um agravamento de 673 fatalidades relativamente ao ano passado e ao maior número de óbitos no mesmo período desde 2013.

O JN aponta as altas temperaturas que se têm feito sentir em Portugal e o acesso mais limitado de doentes crónicos a cuidados de saúde devido à Covid-19 como as principais causas do agravamento da mortalidade este verão.

"As temperaturas muito elevadas, tal como acontece em momentos de muito frio, descompensam as doenças crónicas", explicou ao JN Jorge Almeida, diretor do serviço de Medicina Interna do Hospital de S. João, no Porto.

Já a DGS, alertando as pessoas para se manterem informadas, hidratadas e frescas, publicou no portal oficial um comunicado com as seguintes recomendações:

  • Procurar ambientes frescos e arejados ou climatizados;
  • Aumentar a ingestão de água ou de sumos de fruta natural, sem açúcar e, evitar o consumo
  • de bebidas alcoólicas;
  • Evitar a exposição direta ao sol, principalmente entre as 11 e as 17 horas;
  • Utilizar protetor solar, com fator igual ou superior a 30, e renovar a sua aplicação de 2 em
  • 2 horas;
  • Utilizar roupa leve, preferencialmente de algodão, que cubra a maior parte do corpo,
  • chapéu de abas largas e óculos de sol com proteção ultravioleta;
  • Evitar atividades que exijam grandes esforços físicos, nomeadamente, desportivas e de
  • lazer no exterior;
  • Não permanecer dentro de viaturas estacionadas e expostas ao sol;
  • Correr as persianas ou fechar as portadas durante o dia. Utilizar, se possível,
  • equipamentos de climatização;
  • Refrescar a habitação no período noturno, permitindo a circulação do ar dentro de casa;
  • Dar atenção especial a grupos mais vulneráveis ao calor, tais como, crianças, idosos,
  • doentes crónicos, grávidas, pessoas com mobilidade reduzida, trabalhadores com
  • atividade no exterior, e pessoas isoladas;
  • As pessoas com doença crónica devem seguir as recomendações do médico assistente ou,
  • em caso de dúvida, contatar o centro de contato SNS 24: 808 24 24 24.

Editor de vídeo • Francisco Marques

Outras fontes • RTP

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