"Uma mudança nos contornos da União Económica e Monetária"

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De  Patricia Tavares
"Uma mudança nos contornos da União Económica e Monetária"

Novo dia, nova tentativa do Conselho Europeu para fechar um acordo sobre o Fundo de Recuperação e sobre o próximo orçamento da União Europeia. As intensas negociações prolongaram-se durante a madrugada desta segunda-feira, mas ainda longe de um compromisso sobre o plano de relançamento da economia europeia, os líderes retomam os trabalhos.

É uma negociação muito difícil, porque não se trata apenas de muito dinheiro, mas também de uma mudança nos contornos da União Económica e Monetária, porque é a primeira vez que a União Europeia pede dinheiro emprestado para conceder empréstimos a países. É uma completa mudança em termos de funcionamento. A questão também está relacionada com uma partilha da soberania e é por isso que é tão difícil.
Guntram Wolff
Diretor - think tank Bruegel

As exigências dos Países Baixos, Áustria, Suécia e Dinamarca e da Finlândia causaram um bloqueio negocial. discordam sobre a distribuição das verbas do fundo de recuperação e querem mais cortes nas subvenções.

É preciso chegar a acordo sobre a questão do estado de direito, este é um dos grandes pontos e ainda difíceis. Acho inaceitável que muito dinheiro seja gasto e doado aos países sem nenhum tipo de garantia que os fundos serão gastos de acordo com a lei. É certamente uma das grandes questões que precisa de um consenso.
Guntram Wolff
Diretor - think tank Bruegel

Os 27 concordam sobre a necessidade de dar uma resposta urgente à crise provocada pela pandemia, mas a Europa está dividida. O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, relembrou o número de mortes devido à de Covid-19 e fez um apelo aos líderes europeus para que estejam à altura das circunstâncias e cheguem a um acordo.