Instituto de estatísticas de França (Insee) revela os números do segundo trimestre de 2020
A Covid-19 arrasou boa parte da economia europeia no segundo trimestre deste ano. Os dados continuam a demonstra-lo. Depois da Alemanha revelar um recuo em linha de 11% entre abril e junho, agora é a França a revelar uma queda de 13,8%.
O recuo gaulês é ainda mais acentuado, 19%, quando comparado com o período homólogo do ano passado, numa altura em que uma pandemia não passava de uma ficção apocalíptica chamada "Contágio", lançada por Hollywood em 2011.
A travagem brusca da economia francesa no primeiro semestre, tal como por toda a Europa, deveu-se sobretudo à suspensão das atividades não essenciais durante o confinamento imposto em março para tentar conter a propagação do novo coronavírus.
De acordo com as contas do instituto de estatística francês (Insee), a queda no PIB nos primeiros seis meses deste ano foi de mais de €100 mil milhões.
As exportações sofreram um duro golpe de 25,5% entre abril e junho. A importação também caiu 17,3% no mesmo período.
A incerteza provocada até ver interminável pandemia levou também à retenção do consumo das famílias francesas em 11% por cento depois de já ter caído 5,8% no primeiro trimestre. No total, a falta de consumo interno custou pelo menos 12 pontos ao PIB francês, sublinha o Insee.
Apenas o armazenamento está em alta em França, com uma variação positiva de 0,6%, menos uma décima na comparação homóloga com o segundo trimestre de 2019.
O poder político francês consegue ver nos dados do Insee a teoria do "copo meio cheio", pegando na estimativa anterior de uma queda de 17%. "É a prova de que a ação política é eficaz", disse o ministro da Economia, Bruno Le Maire, ao canal CNEWS, após a divulgação dos números, três pontos acima das previsões.
Le Maire pede o dobro do esforço aos franceses no processo em curso de relançamento da atividade económica em França.