A incerteza sobre possíveis novas vagas da pandemia no outono também deixa os especialistas pouco animados, prevendo um aumento das falências nas empresas e consequente taxa de desemprego.
A pandemia de Covid-19 causou a maior queda de sempre da riqueza produzida na zona euro. Os 19 países com a moeda única registaram, em média, uma descida de 12,1 por cento do PIB no segundo trimestre, quando o confinamento por causa da pandemia esteve no seu ponto mais alto.
O país mais fustigado foi Espanha, com uma diminuição de 18,5 por cento do PIB, naquela que é a quarta maior economia da União Europeia.
A Alemanha, maior economia da zona euro, também não escapou a uma forte queda, na ordem dos 10 por cento e França e Itália, em segundo e terceiro lugar em termos de tamanho da riqueza nacional, também registam uma perda acima dos 12 por cento. Em Portugal, o tombo foi de 14,1 por cento.
No caso de Espanha, o governo reúne-se, sexta-feira, com líderes das regiões autónomas para ver como enfrentar o descalabro que já destruiu mais de um milhão de postos de trabalho. Espanha deverá receber uma das maiores parcelas do novo fundo de recuperação económica da União.
Desde o fim do confinamento já se registam alguns sinais de recuperação nas vendas a retalho e na produção industrial, devido à reabertura de lojas e fábricas.
Os analistas económicos falam num choque tremendo que desencadeou a recessão mais grave desde a Segunda Guerra Mundial e antevêem uma lenta retoma.
"Sabemos bem que as medidas de confinamento foram bastante reduzidas a partir de maio, o que levará a alguma recuperação já no próximo trimestre, mas receio que a recuperação em geral seja demorada, num processo longo e doloroso. Alguns setores irão sofrer bastante por muitos, muitos anos", disse Zsolt Darvas, analista económico no Instituto Bruegel.
A incerteza sobre possíveis novas vagas da pandemia, no outono, também deixa os especialistas pouco animados, prevendo um aumento das falências nas empresas e consequente taxa de desemprego.