A pandemia levou a alterações profundas no sistema de avaliação. Muitos estudantes e encarregados de educação não estão satisfeitos
Por toda a Europa muitos estudantes sentem o mesmo, que a Covid-19 lhes retirou os tradicionais marcos nas suas carreiras, tais como os exames e as celebrações de final de ano.
Em Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte milhares de estudantes receberam esta quinta-feira os resultados que marcam o final do ensino secundário.
‘’É uma daquelas experiências que ficam na memória mas devido à situação atual não passámos por isso, sentimo-nos tristes, eu e os meus amigos mas é a tal coisa, temos que deixar as coisas correrem agora" afima uma estudante do ensino pré-universitário, Eida Bylyshi.
Eida e as colegas encaram o futuro com apreensão.
"O nosso primeiro ano não será como um ano normal na universidade e isso é preocupante lá mais para frente porque os empregos podem mudar, como se empregam as pessoas, quantas pessoas estão a trabalhar, e quantas pessoas podem trabalhar nos escritórios, por isso causa muita ansiedade não sabermos o que se passa", acrescenta Eida Bylyshi.
A repórter da euronews, Angela Barnes, adianta:
"Devido à pandemia, as notas dos alunos são determinadas em função das estimativas dos professores em combinação com um modelo estatístico que inclui os resultados anteriores assim como o anterior desempenho. No entanto, muitos alunos e encarregados de educação acham o modelo injusto", conclui.
"Pensei que se investir a fundo nos exames então iria obter um melhor resultado e ficava também a saber que havia dado o meu melhor mas agora não tenho essa sensaçâo", afirma Georgina Keenan, outra estudante do ensino pré-universitário.
Alguns professores acreditam que não existem muitas alternativas.
"Não se trata de um sistema perfeito, tenho que ser claro quanto a isso. Mas fazer exames numa sala enorme também não é um sistema de avaliação perfeito. Sendo assim, levando em consideração as propostas, o método e o modelo é o melhor que se poderia esperar", refere Simon Godden, o diretor de um estabelecimento de ensino secundário, o liceu Trinity.
O regulador afirma que as escolas poderão pedir recurso dos resultados em determinadas circunstâncias. O ministro britânico da educação, Gavin Williamson, anunciou na terça-feira que os estudantes poderiam rejeitar as notas finais em favor de notas mais elevadas obtidas nos testes de preparação.
Os estudantes poderão ainda repetir os exames no outono.
Trata-se tudo parte de uma tentativa de última hora do governo britânico a fim de tornar o sistema mais justo, mas a incerteza continua a estar presente.