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Flavio Briatore: "Fui o primeiro a tornar as coisas diferentes na F1"

Flavio Briatore: "Fui o primeiro a tornar as coisas diferentes na F1"
Direitos de autor  euronews   -   Credit: Dubai Tourism

Empresário italiano mundialmente conhecido e antigo chefe de equipas de Fórmula 1, em entrevista à Euronews Flavio Briatore falou da carreira, dos investimentos e sobre as marcas tem em mãos.

A entrevista realizou-se no Dubai, antes de Briatore ter dado entrada no hospital San Raffaele, em Milão, com sintomas de pneumonia. O empresário de 70 anos foi, entretanto, diagnosticado com Covid-19. Ao que tudo indica encontra-se "estável."

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Jane Witherspoon, Euronews - Voltando ao início da carreira, soube sempre que queria entrar para o mundo dos negócios?

Flavio Briatore, empresário - Como todas as pessoas, sabe-se, depois de ver alguém ter sucesso ou não ter. Penso que todos os jovens querem ter sucesso.

Jane Witherspoon, Euronews - Foi na década de 70 que conheceu Luciano Benetton.

Flavio Briatore, empresário - Sim.

Jane Witherspoon, Euronews - Foi um momento realmente importante e decisivo na sua carreira?

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Flavio Briatore, empresário - Toda a gente precisa de alguém que ajude. A certa altura tudo era Benetton. Luciano Benetton era um homem de sucesso, mas ninguém sabia o quão grande ele era. [Ao longo da vida] conhecem-se muitas pessoas, mas há poucos amigos. A minha vida mudou por completo.

Jane Witherspoon, Euronews - Como é que foi o início da carreira na Fórmula 1 com a Benetton e a Renault?

Flavio Briatore, empresário - Não tinha qualquer intenção de estar na Fórmula 1. Nunca tinha assistido a uma corrida na minha vida. A equipa era basicamente apoiada na totalidade pela família Benetton. Não havia qualquer patrocínio. Foi um favor. Para mim, bastaram dois ou três meses para as pessoas perceberem o que estava falar do ponto de vista comercial, o que era preciso fazer. As finanças da Benetton estavam muito melhores. O Luciano pediu-me para continuar a ser diretor comercial. Entretanto despedi toda a equipa. Despedi o diretor-geral e todas as pessoas ao redor dele. Foi assim que começámos a financiar devidamente a equipa. Para vencer, precisávamos de um piloto verdadeiramente bom, mas nenhum queria estar connosco porque éramos uma empresa que fazia t-shirts. Havia a Ferrari, a McLaren, a Williams e depois a Benetton, que fazia t-shirts. A equipa chamava-se Benetton, o que era engraçado, mas não por muito tempo porque depressa nos tornámos competitivos. Em 1992 encontrámos o Michael Schumacher. Lutámos para tê-lo. Em 1994 vencemos o primeiro campeonato. Nesta altura já não éramos apenas vistos como aqueles que faziam t-shirts. Éramos um alvo a abater. O Michael era uma pessoa muito especial. Independentemente do que fazia em pista, era uma pessoa muito especial.

Jane Witherspoon, Euronews - Se recuarmos a 2008, até ao Grande Prémio de Singapura, foi acusado de manipulação de resultados. Levou o caso a tribunal, mas foi banido da Fórmula 1. Se pudesse voltar, faria as coisas de modo diferente?

Flavio Briatore, empresário - Fomos a tribunal e vencemos. (...) Não tenho quaisquer problemas com o presidente da Federação Internacional de Automobilismo porque nunca gostou de mim desde o início. Já estava contra nós. Suspendeu [Michael] Schumacher em algumas corridas. (...) Gerir a Fórmula 1 foi como se se tratasse de um brinquedo pessoal, punindo pessoas de um lado e do outro. É completamente louco. A decisão do Tribunal de Grande Instância de Paris, de anular a irradiação, obrigou a Federação Internacional de Automobilismo a pagar-me. Pude voltar um mês depois. Tudo o que se passou em Singapura mostrou que havia um condutor e que esse condutor tinha um acidente em todas as corridas. Por vezes há mais do que um acidente na mesma prova. Se tivesse manipulado o resultado com um piloto por que razão é que o despediria antes do fim da temporada, se me dava tanto a ganhar. Vencemos porque o Felipe Massa estragou tudo no 'pit-stop'. O Rubens Barrichello foi outro piloto a cometer erros. Tivemos sorte em ter estado lá.

Jane Witherspoon, Euronews - Gostaria de voltar um dia?

Flavio Briatore, empresário - Não. Para fazer o quê?

Jane Witherspoon, Euronews - Não sei.

Flavio Briatore, empresário - Não. Se quiser voltar, posso voltar amanhã, mas não o farei, porque fui um dos melhores. Historicamente, quando se fala de Fórmula 1, o primeiro a tornar as coisas diferentes fui eu. As pessoas adoram falar. Venci a corrida com três equipas diferentes? Venci mais em Monte Carlo do que qualquer outra pessoa. Voltar seria um pouco ridículo.

Jane Witherspoon, Euronews - Acredita que Lewis Hamilton igualará, potencialmente, o número de títulos GP de Michael Schumacher?

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Flavio Briatore, empresário - O desporto mudou. Os carros agora são muito mais técnicos, mais fáceis de conduzir. Mas é preciso talento. Se se puser Lewis Hamilton num Ferrari terá os mesmos resultados que Charles Leclerc ou Sebastian Vettel. Na época de Michael Schumacher, o condutor era muito mais importante porque os carros estavam mais equiparados. A diferença era feita pelo condutor, que era um gladiador.

O interesse no futebol

Jane Witherspoon, Euronews - Nem tudo é Fórmula 1. Também se interessou pelo futebol e pelo Queen's Park Rangers juntamente com o seu amigo Bernie Ecclestone. O futebol é mais difícil do que a Fórmula 1?

Flavio Briatore, Euronews - Sim, muito mais difícil, porque no futebol tem-se um jogador, o pai, a mãe, o manager, o tio. Na Fórmula 1 está-se muito mais orientado para o negócio, a corrida e a performance. Se tivesse de escolher, escolheria seguramente a Fórmula 1.

Jane Witherspoon, Euronews - Optou por instalar vários empreendimentos no Dubai. Porque é que a cidade se adapta tão bem a algumas das suas marcas?

Flavio Briatore, empresário - A cidade e o ambiente no Dubai são fantásticos. É a maior operação imobiliária do mundo. O facto de investirmos aqui é porque acreditamos no Dubai. A gestão dos restaurantes é a melhor. Percebe-se que temos os melhor talento no Dubai.

Jane Witherspoon, Euronews - Pode falar-nos da holding "Billionaire Life" e em que sentido é que preenche uma lacuna no mercado?

Flavio Briatore, empresário - Decidi voltar ao segmento da restauração e bebidas. Fizemos um acordo com o restaurante "Sumosan" no Reino Unido e começou a correr bastante bem. Com a "Billionaire Life" fizemos a experiência no Dubai. Temos a comida, o espetáculo e um espetáculo com comida. Foi a chave do nosso sucesso no Dubai. O conceito está a funcionar.

O impacto da pandemia de Covid-19

Jane Witherspoon, Euronews - A Covid-19 mudou o mundo. Acredita que a indústria "Food & Beverages" vai recuperar?

Flavio Briatore, empresário - 100%. As pessoas querem-se divertir, precisam de ver pessoas. A vida assim não é vida. As pessoas precisam de se encontrar.

Jane Witherspoon, Euronews - Que lições é que considera que podemos extrair desta pandemia? Acredita que há muita manipulação?

Flavio Briatore, empresário - 100%.

Jane Witherspoon, Euronews - Qual a razão?

Flavio Briatore, empresário - É política. As pessoas querem continuar no Governo. Temos o pior exemplo de Governo da história em Itália. É tudo propaganda. Nenhum dos ministros trabalhou uma hora que seja na vida. São assim os nossos políticos, com experiência zero. Antes da política nunca tiveram um verdadeiro emprego.

Jane Witherspoon - Acredita que o Reino Unido deveria sair da União Europeia sem um acordo?

Flavio Briatore, Euronews - Não, porque no Reino Unido, se faltarem os italianos e os polacos, quem é que fará o trabalho? Foi uma decisão errada e espero que o Reino Unido sobreviva porque temos negócios lá. Agora precisamos de ver o modelo de negócio e decidir se ficamos ou se partimos.

Jane Witherspoon, Euronews - É amigo de Donald Trump. Acredita que será reeleito em novembro?

Flavio Briatore, empresário - Sim. Não tem concorrência.

Jane Witherspoon, Euronews - Acredita que é a pessoa certa para o cargo?

Flavio Briatore, empresário - Sim. Há emprego recorde nos EUA. Recordes em Wall Street. Não sei o que é que as pessoas podem querer mais. Ele é um gestor, não um político. Tal como eu, é uma pessoa que dirá o que tem a dizer de forma direta.