Timtik estava acusada de pertencer a uma organização terrorista e decidiu fazer jejum para ter um "julgamento justo"
A advogada de direitos humanos turca Ebru Timtik morreu esta semana depois de 238 dias de greve de fome na prisão. Timtik estava acusada de pertencer a uma organização terrorista e decidiu fazer jejum para ter um "julgamento justo".
Ebru Timtik foi condenada em março do ano passado a 13 anos e meio de prisão, juntamente com mais 17 advogados da Associação de Advogados Progressistas por alegadas ligações com o grupo armado Partido Frente Revolucionária de Libertação do Povo (DHKP-C).
"Acabamos de perder a nossa amiga advogada Ebru Timtik, que morreu após 238 dias em jejum para pedir um julgamento justo", anunciou a Associação numa publicação na rede social Twitter, na quinta-feira passada.
Os partidos da oposição há muito questionam a imparcialidade e independência dos tribunais da Turquia. Timtik começou a greve de fome em janeiro, na prisão, depois de alegadas injustiças no processo. Foi hospitalizada no final de mês de julho depois do tribunal se ter recusado a libertá-la, apesar do Instituto de Medicina Forense de Istambul ter avisado, através de um relatório, sobre a sua deterioração física.
Ebru Timtik acabou por morrer, pesava 30 quilos. É a quarta prisioneira a morrer este ano na Turquia em greve de fome, depois da morte dos dois músicos da banda Grup Yorum e a morte de Mustafa Koçak, que também pedia pedia um julgamento de acordo com a lei.