O governo italiano é o que mais assentos paralamentares tem, 945 no total
A Itália vai realizar um referendo constitucional durante este fim-de-semana para reduzir o número de deputados. O projeto que vai a votação quer retirar do parlamento 345 deputados e senadores perto de 40% do número total.
O referendo é da autoria do Movimento 5 estrelas e, se aplicado, pode significar a redução 81 milhões de euros de gastos por ano.
Michele Sodano, do Movimento 5 estrelas diz que o objetivo é que o parlamento não seja utilizado como "estacionamento para os amantes e amigos de alguns políticos".
A Itália é o país com o maior número de assentos parlamentares na Europa. O referendo defende passar os 945 deputados e senadores para 600, menos 345.
Mas para alguns, este corte significa cortar na democracia.
Para a coordenadora do movimento "Sardines", o governo deveria estar preocupado em apostar na "competência nos deputados, e não em cortá-los". Para Jasmine Cristallo, o corte siginifca menos voz para as minorias.
A reforma já foi aprovada pelo Parlamento em outubro de 2019, por ser uma das pré-condições para formar o governo de coligação entre o Movimento 5 Estrelas e o Partido Democrata.
Os especialistas dizem que esta é uma tentativa desajeitada de responder a décadas de escândalos na política italiana.
"É para punir os políticos. Isto quer dizer que se trata de uma reforma antipolítica ou populista e esta é a principal razão pela qual é tão polémica, e vai muito além do seu real significado.", diz Giovanni Orsina, analista político.
Esta reforma constitucional revela a profunda crise que a democracia está a enfrentar em Itália atualmente. No entanto, deixa muitas questões por resolver, como a necessidade de uma nova lei eleitoral e uma reforma mais ampla do funcionamento do parlamento, que são consideradas necessárias de acordo com muitos especialistas de fora.