Português recorre a suicídio assistido na Suíça

Luís Miguel Marques foi acompanhado por amigos
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Caso de Luís Miguel Marques reacendeu o debate sobre o tema, que é motivo de discórdia.

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A recusa de Luís Miguel Marques em esperar pela morte transformou-o numa força-motriz do debate sobre o suicídio assistido em Portugal.

Com 63 anos de idade e paraplégico há 55, fez mais de dois mil quilómetros para conseguir na Suíça a morte assistida que lhe foi negada em território nacional.

Procurava ajuda para concretizar este passo há mais de 30 anos.

Ainda em vida tornou-se numa voz ativa sobre a importância da primazia do direito à escolha individual sobre a coletiva.

"Tive cuidados paliativos, mas estar numa cama sem dores não é existir. Se há pessoas que querem isso para elas próprias, se foi o que decidiram é o direito delas", sublinhou Luís Marques, em entrevista à RTP.

Vítima da poliomielite e de outras doenças, Luís foi o oitavo cidadão português a recorrer à ajuda da associação Dignitás.

Apenas para os membros, esta é a única de três organizações suíças que possibilita o suicídio assistido a estrangeiros, após um rigoroso processo de análise clínica e psiquiátrica. São pessoas que sofrem de doenças termais ou doenças físicas e mentais graves.

"Temos quase 10 mil membros do mundo inteiro. No final, apenas cerca de 40% avançam para o suicídio assistido, mas o facto de terem esta saída de emergência é muito importante para muitas pessoas. Não se trata do facto de o fazer, mas de terem uma escolha", lembrou Silvain Luley, da associação Dignitás.

Dependente de um ventilador, Luís pagou mais de dez mil euros para morrer.

Tinha esperança de que o pesadelo que viveu em vida servisse para abrir caminho para o relançamento do debate sobre o suicídio assistido, que é crime em Portugal. Conseguiu-o, provocando reações de vários partidos juntamente com um pedido de desculpa da deputada socialista Isabel Moreira, por o Parlamento não ter despenalizado a tempo a morte assistida.

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