Autoridades de Malta prendem Keith Schembri. Ex-chefe de gabinete do antigo primeiro-ministro Joseph Muscat está a ser investigado por corrupção
A polícia de Malta deteve o ex-chefe de gabinete do antigo primeiro-ministro Joseph Muscat.
A detenção ocorreu na segunda-feira, no âmbito de uma investigação sobre alegados subornos relacionados com a venda dos chamados "passaportes dourados".
Depois de mais de 20 horas de interrogatório, Keith Schembri foi libertado sob fiança. O antigo chefe de gabinete de Muscat está a ser investigado por branqueamento de capitais e subornos.
Alega-se que recebeu 100.000 euros relacionados com a venda de passaportes a três cidadãos russos.
A investigação surgiu depois da jornalista Daphne Caruana Galizia ter publicado, em 2014, várias investigações onde desvendou um esquema de venda de passaportes a estrangeiros ricos, alegadamente por altos dirigentes de Malta.
Schembri demitiu-se em novembro de 2019, pouco antes da demissão do primeiro-ministro Joseph Muscat.
As demissões seguiram-se à detenção e acusação do amigo próximo de Schembri, Yorgen Fenech, um magnata imobiliário que a polícia suspeita ser o cérebro que está por detrás do assassinato de Caruana Galizia, em 2017. Fenech negou todas as acusações.
Caruana Galizia foi assassinada num carro armadilhado há três anos. Malta está, ainda, a recompor-se dos efeitos devastadores que esta morte teve na liberdade de expressão.
Na Europa, vários dirigentes, onde se inclui o presidente do Conselho Europeu, prestam regularmente homenagem a Caruana Galizia. Recentemente, Charles Michel descreveu esta morte como sendo "uma vergonha para os valores europeus e para o Estado de direito".