Muitos afirmam-se marginalizados e vítimas de preconceito
A comunidade de etnia cigana da Albânia exige melhor acesso aos sistemas de saúde.
Muitos reclamam ser vítimas de preconceito nas relações com as autoridades.
É o caso de Merita Shaqiri, uma mãe albanesa de etnia cigana de 35 anos, cuja família inclui oito crianças, três das quais já casadas, apesar da mais velha ter apenas 18 anos.
Ela afirma que o mundo exterior é muito hostil.
"Onde quer que vamos batem-nos com a porta na cara. Não acreditem no que dizem, todas as instituições a que fomos fecharam-nos a porta na cara, não dão comida, nada", reclama Merita Shaqiri.
O marido de Merita tem problemas de saúde e não pode trabalhar. Ela e as crianças conseguem cerca de quatro euros por dia em esmolas, mas mesmo isso é irregular.
Apenas uma das crianças frequenta a escola. É por isso que ativistas sociais como Matea Rexhepi tentam ajudar.
"Alguns dos problemas destas famílias são a educação e o desemprego. Mas uma das prioridades é o acesso a serviços de saúde. Sessenta e oito porcento das mulheres de etnia cigana não têm acesso a ele e um dos fatores-chave é a discriminação, sentem-se diferentes das outras mulheres", afirma Matea Rexhepi, uma ativista social que trabalha com a família de Merita.
Enquanto parte do acordo com vista a iniciar o processo de adesão à União Europeia, o governo albanês colocou em marcha um plano nacional de cinco anos para integrar a comunidade de etnia cigana.
Isto inclui um registo nacional, serviços sociais assim como apoio médico.
A correspondente da euronews Albânia, Ortensa Buddla, explica:
"Os números oficiais mais recentes indicam que cerca de 8 mil pessoas vivem em comunidades como esta na Albânia. O Centro Europeu para os Direitos dos Ciganos, com sede em Bruxelas, afirma que o número oficial é quinze vezes mais elevado".
Mudar a atitude da sociedade albanesa relativamente à comunidade de etnia cigana permanece um desafio considerável.