O dilema energético da Bulgária

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Especialistas alertam que cumprimento de critérios europeus é irrealista.

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É o maior complexo industrial da Bulgária. Chama-se Maritsa Iztok e estende-se por uma superfície de 240 quilómetros quadrados.

A megaestrutura inclui a mais antiga central elétrica do país, assim como a única construída após a queda da Cortina de Ferro. A construção desta última, que custou mil e 300 milhões de euros, terminou em 2011, sendo que já foi pensada para reduzir as emissões de gases poluentes.

No entanto, as tecnologias para tornar o carvão mais limpo são caras. Um dos procedimentos utilizados consiste em reciclar o dióxido de enxofre produzido.

"Em relação a essas emissões, conseguimos um coeficiente de eficiência energética na ordem dos 98%, 99%. Pode imaginar a quantidade de dióxido de enxofre que acumulamos na central. Esse gás todo é colocado em contacto com calcário para produzir gesso industrial", afirma Ivan Tzankov, diretor da AES Bulgária.

O dióxido de enxofre é um gás nocivo para as vias respiratórias e está associado ao fenómeno da chuva ácida. As emissões dividiram-se por 8 após a adesão da Bulgária à União Europeia, em 2007. Não o suficiente para impedir que Bruxelas viesse a recorrer ao Tribunal de Justiça da União Europeia para sancionar Sófia por exceder os níveis autorizados.

A qualidade do ar é também degradada por outros elementos, como a propagação do chamado material particulado. Vários especialistas avisam que, num país com centrais elétricas cada vez mais obsoletas, cumprir os critérios europeus é missão irrealista.

"Temos centrais com menos de duas décadas. Mas há várias com 50, 60, 70 anos, que estão em fim de vida. Depois, temos também as emissões de gases com efeito de estufa. Aí há uma ligeira queda, porque estamos a consumir menos eletricidade", aponta Georgi Stefanov, do Programa Danúbio-Cárpatos da WWF.

A diversificação da oferta na Europa está também a gerar mais pressão sobre as antigas centrais. É o caso da Maritsa Iztok 2, que acumula dívidas que ascendem às centenas de milhões de euros. E o preço da eletricidade que produz não é suficientemente competitivo.

O jornalista Damian Vodenitcharov salienta que "Maritsa Iztok 2 é uma das maiores centrais termoelétricas nesta parte da Europa. Modernizar esta estrutura é, portanto, uma prioridade que apresenta inúmeras dificuldades. Os sindicatos dizem que há mais de 100 mil pessoas economicamente dependentes desta central. Por agora, o governo pretende mantê-la em funcionamento, pelo menos, até 2050".

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