Manifestantes desafiaram restrições impostas para conter avanço da pandemia de Covid-19 e protestaram em massa.
Sem receio de consequências legais, cerca de cem mil pessoas, oriundas de diferentes partes da Polónia, desafiaram as restrições impostas por causa da pandemia de Covid-19 para se fazerem ouvir, alto e bom som, em Varsóvia.
Esta sexta-feira, voltaram a protestar contra a decisão do Tribunal Constitucional, que conta com o apoio do Governo, de tornar o aborto praticamente impossível.
O Tribunal Constitucional considerou que o aborto em casos de malformação do feto é ilegal, precipitando uma vaga de protestos à escala nacional. Estes procedimentos representam cerca de 96% dos abortos legais no país.
O protesto desta sexta-feira é a maior de sempre desde que o Partido ultra católico Lei e Justiça está no poder.
As manifestações da "Marcha por Varsóvia" são de natureza pacífica, mas há registo de casos de ativistas de extrema-direita, que prometem proteger igrejas, e de hooligans envolvidos em contramanifestações contra os ativistas.
A polícia de Varsóvia deu conta numa dezena de detenções. O primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki, acusou os manifestantes de "vandalismo" e associou os protestos ao aumento do número de casos de Covid-19 no país.