Madrid e Roma foram palco de manifestações contra o agravamento das restrições sanitárias para combater a covid-19.
Madrid foi palco de distúrbios durante a madrugada. Pela segunda noite consecutiva, a ira de quem se opõe ao confinamento deixou marca nas ruas da capital espanhola, com contentores queimados, montras destruídas e a formação de barricadas
Numa altura em que várias comunidades bateram recordes de infeções por covid-19 e a esmagadora maioria da população em todo o país permanece confinada, um grupo de dezenas de pessoas convocou para o centro da cidade uma manifestação sob o lema "Vamos para a rua, o povo está cansado".
A polícia desimpediu a zona, mas o protesto subiu de tom; três agentes ficaram feridos e 33 pessoas acabaram por ser detidas.
Também um pouco por toda a Itália surgem demonstrações de fadiga e descontentamento com as novas restrições sanitárias.
Em Roma, a polícia sentiu-se obrigada a responder à violência de alguns manifestantes. Mais de duas mil pessoas marcharam pela capital italiana, levando para a rua os receios que os movem em plena pandemia.
"Infelizmente, se não houver assistência social e apoio económico para todos os trabalhadores, não podemos aceitar um confinamento geral", afirma um dos manifestantes.
Para outro dos participantes no protesto, "há dinheiro, eles têm de pegar nele e pô-lo no bolso das pessoas que nunca o levam".
O governo italiano está a avaliar o agravamento das medidas sanitárias. Este domingo, o país registou quase 30 mil novos contágios e 208 mortes relacionadas com a covid-19.