Tropas russas montam guarda em Nagorno-Karabakh

Tropas russas montam guarda em Nagorno-Karabakh
Direitos de autor Sergei Grits/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved.
De  Anelise Borges
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Militares já estão no terreno e vão fiscalizar o corredor entre a Arménia e o enclave

PUBLICIDADE

A bandeira russa pretende anunciar um virar de página em Nagorno-Karabakh. Moscovo enviou dois mil soldados para o enclave e reivindica mérito na trégua entre arménios e azeris. Esta quarta-feira, a câmara alta do parlamento russo aprovou uma missão militar de paz de cinco anos em Nagorno-Karabak - uma proposta do presidente Vladimir Putin.

"Quando vimos os tanques chegar, chorámos," diz a proprietária de um café em Lachin, a cidade que dá nome ao futuro corredor estratégico. Uma ligação guardada pelas tropas russas. Já começaram a ser montados postos de observação ao longo da autoestrada M12, na faixa que dentro de pouco tempo será a única ligação entre Nagorno Karabakh e a Arménia.

Esta ligação faz parte do acordo de cessar fogo negociado entre Baku e Erevan sob os auspícios de Moscovo.

Na cidade, as marcas dos combates das últimas semanas estão bem visíveis. A maior parte dos residentes em Lanchin ainda não voltou a ter luz ou água. Mesmo assim quiseram voltar. 

"Já vimos tanta coisa que é impossível não ter medo, mas é a minha terra. Tenho aqui os meus mortos... e tenho um tecto sobre a cabeça. É por estas razões que quero ficar," diz Araksia Makinyan, residente em Lachin.

Araksia vive aqui há 20 anos. Quando a guerra voltou, não quis sair. Desafiou a sorte e abriu a esta porta aos soldados arménios. "Quero ficar aqui até aos últimos dias da minha vida. Não importa se é bom ou mau, este é o meu canto do mundo," diz, sem hesitar.

O canto de Araksia é terra que outros reclamam como deles. Para já, a paz parece assegurada, mesmo à custa de tropas estrangeiras.

O Presidente do Azerbaijão já esteve em Fizuli, um dos primeiros territórios reconquistados pelas tropas azeris. Como ato simbólico, Iliev colocou a primeira pedra da estrada de ligação à histórica Shushá.

Baku continua a recusar um estatuto especial para Nagorno-Karabah e ameaça apresentar a fatura da destrução a Erevan.

Por outro lado, o primeiro-ministro arménio enfrenta agora também uma crise interna. é acusado de traidor pela oposição por ter consentido o cessar-fogo.

Nome do jornalista • Teresa Bizarro

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Arménia entrega parte de Nagorno-Karabakh

Partir do zero em Nagorno-Karabakh

Stoltenberg: "NATO apoia soberania e integridade territorial da Arménia"