Arménios abandonam Nagorno-Karabakh

Três distritos em Nagorno-Karabakh passam em definitivo para mãos azeris  1 de dezembro
Três distritos em Nagorno-Karabakh passam em definitivo para mãos azeris 1 de dezembro Direitos de autor Sergei Grits/AP
De  Teresa Bizarro com AP, AFP
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Tropas russas dizem que já escoltaram mais de um milhar de civis arménios. Retirada tem de ficar concluída até ao final do mês

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É tempo de mudança. Os arménios apressam-se a abandonar a aldeia de Nor Maragha, perto de Aghdam, na controversa região de Nagorno-Karabakh. O acordo assinado com a mediação da Rússia, estabelece que a Arménia deve retirar dos distritos de Aghdam, Kalbajar e Lachin. Voltam a ser territórios sob controlo do Azerbaijão em pleno partir de 1 de dezembro, mas a retirada tem de começar esta quinta-feira.

Os civis de origem arména, habitantes há muito na região, não querem agora esperar pelos novos "proprietários", mas sentem-se perdidos. "Se Karabakh já não existe, não temos nem casa nem pátria. Agora somos refugiados," diz Ovik Vanyan, residente em Nor Maragha.

Forças arménias controlavam Nagorno-Karabakh e alguns territórios à volta desde o fim de 1994. Isto depois de uma guerra separatista, de uma tentativa falhada de acordo e das Nações Unidas reconhecerem o enclave como parte do Azerbaijão.

Erevan e Baku trocam há décadas acusações com a mesma justificação: dizem-se alvo de extermínio e que as suas terras ancestrais estão a ser ocupadas pelo vizinho.

Em Fizouli , uma cidade fantasma recuperada pelo Azerbaijão após 27 anos de ocupação arménia, as autoridades azeris fazem uma digressão por edifícios destruídos. "Isto é uma barbárie. É um crime contra a humanidade. Mostra a selvageria arménia e a verdadeira natureza do sistema político arménio. Está espalhado por todo o mundo através dos meios de comunicação social internacionais," acusa Hikmat Hajiyev, conselheiro de política externa do presidete do Azerbaijão.

De acordo com o ministério russo da Defesa, as tropas da missão de paz da Rússia em Nagorno-Karabakh já escoltaram mais de mil e duzentas pessoas de volta à Arménia.

Os refugiados azeris, que tinham abandonado o enclave no início dos anos 90, vão agora ser autorizados a regressar. Pelo menos em duas zonas: Aghdam e Kalbajar.

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