Polícia francesa faz 20 detenções em protestos contra violência

Polícia francesa faz 20 detenções em protestos contra violência
Direitos de autor Francois Mori/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved.
Direitos de autor Francois Mori/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved.
De  Ricardo Figueira
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Foi o segundo fim de semana consecutivo de protestos, por vezes com contornos violentos.

PUBLICIDADE

Pelo segundo fim de semana consecutivo, Paris foi palco de cenas de violência este sábado, num protesto contra a nova lei de segurança, que dificulta, entre outras coisas, a captação de imagens de polícias para partilha nas redes sociais, incluindo no contexto de atos de violência policial. Foram feitas mais de 20 detenções. Ao longo da marcha em direção à Praça da República, no centro de Paris, os manifestantes partiram montras e incendiaram vários carros.

Noutras cidades francesas houve também protestos, mais pacíficos. Em Lille, a manifestação contou com a presença de deputados da oposição: "Esta lei é uma vergonha para França, que foi já denunciada pela ONU e uma centena ou mais de organizações de direitos humanos. Qual é a resposta de Emmanuel Macron? Um post no Facebook e um exercício de comunicação de duas horas e meia num meio de comunicação social cujo jornalista foi alvo de violência há uma semana. Estamos aqui para dizer uma coisa: Eles têm de recuar, esta lei tem de ser retirada", disse o deputado Adrien Quatennens, do partido de esquerda "La France Insoumise".

Na sexta-feira, o presidente deu uma entrevista ao site Brut, onde admitiu haver um problema com a violência policial e o racismo, mas desmentiu derivas autoritárias.

"Não posso deixar que digam que estamos a reduzir as liberdades no nosso país, ou que não há debate democrático. Por vezes, esse debate é até demasiado agitado. Eu serei sempre o garante desse debate. Mas estamos perante uma violência inédita, novos riscos. Vivemos o terrorismo e temos de construir os meios para lhe responder, no quadro das liberdades que a lei nos dá", disse Macron na entrevista.

Não posso deixar que digam que estamos a reduzir as liberdades no nosso país ou que não há debate democrático.
Emmanuel Macron
Presidente de França

Deputados do partido de Emmanuel Macron prometeram reescrever partes da lei, depois da agressão, filmada, de que foi vítima um produtor musical negro por parte da polícia. Um caso que pôs a nu não só as práticas violentas, como o racismo por vezes demonstrado pelas forças da ordem.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Protestos dos agricultores abrandam em França

Residentes de Marselha abrem guerra ao Alojamento Local

Ativistas mascarados de animais recebem em protesto cruzeiro com turistas