Última década é a mais quente desde que há registos e os seis anos em que o termómetro mais subiu em média aconteceram todos depois de 2015
O ano de 2020 vai ficar para a história por causa da pandemia, mas também pode ficar inscrito nos livros como o mais quente desde que há registos.
A equipa do Copernicus estima que este ano pode ultrapassar o de 2016, quando a temperatura média no planeta chegou quase aos 15 graus centígrados, no que foi à altura o terceiro ano consecutivo em que o recorde de temperatura média global foi fixado em 14,8 graus.
A contribuir para o novo máximo está o mês o mês de novembro mais quente em termos globais, por "larga margem", sublinha o Copernicus.
Novembro foi quase oito décimas de grau centígrado (0,77°C) mais quente do que a média do período de referência estabelecido entre 1981 e 2010 e mais de uma décima (0,13°C) acima dos anteriores meses de novembro mais quentes, os de 2016 e 2019.
Este ano, foram registadas temperaturas particularmente altas na Europa, nomeadamente nos Alpes e no norte do "velho continente" durante o mês de novembro, que em termos europeus não foi o mais quente, mas igualou o segundo mais quente (2009), com o recorde a ficar no nono mês de 2015.
O período de outono (setembro, outubro e novembro) europeu tem no entanto um novo máximo de calor, com mais de 1,9°C acima da média do período de referência e quatro décimas mais quente do que o anterior outono mais quente, registado em 2006.
Estes novos números colocam o planeta perigosamente próximo dos limites estabelecidos pelo Acordo de Paris, onde o objetivo estabelecido entre os signatários é manter o inevitável aquecimento global neste século abaixo dos previstos 2°C até 2100.
Só que a Terra tem vindo a aquecer a um ritmo de duas décimas de grau por década e o aquecimento global já ultrapassou 1,2°C, tornando o abrandamento das alterações climáticas improvável nos anos mais próximos.