Longas filas na fronteira entre França e o Reino Unido

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De  Joao Duarte Ferreira
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Transportadoras rodoviárias e marítimas sofrem os efeitos de um Brexit antecipado

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A pouco mais de duas semanas do final do ano, as filas de camiões na fronteira entre o norte de França e o Reino Unido aumentam em antecipação à ausência de um acordo de livre comércio entre Bruxelas e Londres.

A França é o ponto de acesso do Reino Unido para a Europa. 

Oitenta por cento do trânsito rodoviário passa por aqui. Em 2019, 3,4 milhões de camiões de mercadorias atravessaram a fronteira com tempos mínimos de espera.

"Os britânicos estão a armazenar o mais possível devido às dificuldades prováveis decorrentes do Brexit, por exemplo, formalidades adicionais e de segurança na fronteira assim como potenciais aumentos nos preços das mercadorias. Nas últimas três semanas assistimos a um aumento no fluxo de tráfego em direção à Grã-Bretanha devido ao armazenamento de produtos. Os vários pontos de ligação, sejam os portos ou o túnel não têm capacidade para lidar com este aumento de tráfego", afirma Sebastien Rivera, secretário-geral da Federação Nacional de Transportes Rodoviários.

As longas filas que aguardam os condutores de pesados também passarão a afetar os passageiros que optam pelo comboio. O declínio no número de turistas também levou à diminuição das travessias marítimas.

"As companhias de transporte marítimo também reduziram o número de ligações. Temos mais camiões e menos embarcações para transportar estes camiões para o Reino Unido, isso também explica a longa espera e os congestionamentos", acrescenta Sebastien Rivera.

O trânsito e livre circulação de pessoas também é afetado. Todos os anos mais de trinta milhões de pessoas atravessam a fronteira. A estação de comboios Gare du Nord em Paris é um dos pontos de passagem mais utilizados.

"Recrutámos 600 novos funcionários alfandegários para lidar com o Brexit e destes 600 alguns também se encontram aqui. A partir de 1 de janeiro, a Gare du Nord passa a ser um ponto de saída da União Europeia, um ponto de saída do mercado interno. A Grã-Bretanha passa a ser um país externo e isso significa controlo fronteiriço e a necessidade de verificar os passaportes para quem atravessa a fronteira", adianta Olivier Dussopt, ministro delegado responsável pelo orçamento.

A partir do fia 1 de janeiro tudo muda. O Reino Unido passará a ser tratado como um país terceiro, tal como a China ou Austrália.

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