Terceiro líbio acusado no atentado de Lockerbie

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Os EUA querem pedir a extradição e julgar o líbio que terá construído a bomba do atentado de Lockerbie, em 1988, no qual morrerem 270 pessoas

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Foi há 32 anos que o voo 103 da Pan Am terminou brutalmente sobre a cidade de Lockerbie, na Escócia. A explosão de uma bomba tirou a vida a 270 pessoas, 190 das quais americanas. Foi o ataque terrorista mais mortífero no Reino Unido.

Agora o Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou acusações contra um perito líbio em bombas, acusando Abu Agila Mohammad Masud de ter fabricado o explosivo.

O Procurador-Geral, William Barr, esclareceu: "O avanço que levou às acusações hoje anunciadas surgiu quando as autoridades policiais souberam, em 2016, que o terceiro conspirador tinha sido preso após o colapso do regime de Kadhafi, e tinha sido interrogado pelas autoridades policiais líbias. O interrogatório ocorreu em setembro de 2012. De acordo com a queixa criminal atestada, Masud construiu a bomba que destruiu o avião do voo 103 da Pan Am".

O único condenado pelo atentado foi o líbio Abdelbaset al-Megrahi, que sempre insistiu que estava inocente. Megrahi foi preso em 2001 e libertado da prisão na Escócia e autorizado a regressar à Líbia em 2009, depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro terminal. Morreu três anos mais tarde.

Segundo a justiça norte-americana, Agila Mohammad Masud terá confessado o crime enquanto esteve preso. Os procuradores vão tentar que seja extraditado para ser julgado nos Estados Unidos.

O anúncio da acusação surgiu no dia em que se assinala o 32° aniversário do atentado.

Ao apresentar novas acusações, o Departamento de Justiça está a rever um caso que aprofundou o abismo entre os Estados Unidos e a Líbia, pôs a nu a ameaça do terrorismo internacional mais de uma década antes dos ataques de 11 de Setembro e produziu investigações globais e sanções punitivas.

Em 1992, o Conselho de Segurança das Nações Unidas impôs embargo à venda de armas e sanções de viagens aéreas para obrigar o regime líbio, do Coronel Muhammar Kadhafi, a entregar os dois suspeitos.

Mas o governo líbio hesitou em entregar os homens aos Estados Unidos, céptico quanto à possibilidade de receberem um julgamento justo. A Líbia acabou por os entregar para julgamento perante um painel de juízes escoceses sentados num tribunal holandês.

O voo da Pan Am explodiu sobre Lockerbie menos de uma hora após a descolagem de Londres em 21 de Dezembro de 1988. Tinha como destino Nova Iorque e, depois, Detroit. Entre os americanos a bordo encontravam-se 35 estudantes da Universidade de Syracuse, de regresso a casa para o Natal, Natal, após um semestre no estrangeiro.

Só em 2003 é que Kadhafi e a Líbia aceitaram a responsabilidade pela catástrofe da Pan Am, tendo o país assumido formalmente a culpa e chegado a um acordo de indemnização de 2,7 mil milhões de dólares com as famílias das vítimas. As sanções foram levantadas e, em 2006, a administração Bush retirou a Líbia da sua lista de patrocinadores estatais do terrorismo e restabeleceu as relações diplomáticas com o país.

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