Erdogan enfrenta Macron e a União Europeia

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A tensão com França aumentou depois do assassinato do professor Samuel Paty e de Emmanuel Macron ter apontado o combate ao Islão radical como uma das prioridades do país

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Para o presidente turco, 2020 foi um ano marcado pelo reforço da política externa, por vezes de forma agressiva, e por tensões na região e com a União Europeia.

Catedral de Santa Sofia

Em Março, Recep Tayyip Erdogan criou uma grande polémica com a decisão de transformar a antiga catedral de Santa Sofia numa mesquita. Os críticos do presidente denunciaram uma tentativa de reunir nacionalistas conservadores e de mascarar a turbulência económica do país, agravada pela queda livre da lira e pelo impacto da pandemia.

A decisão este também na origem de uma condenação internacional que chegou de vários países como a Rússia, Estados Unidos e França, da Unesco, do Papa Francisco e dos líderes da Igreja Ortodoxa Grega.

Erdogan rejeitou as críticas e sublinhou que a decisão teve por base os “direitos soberanos” do país.

Relação entre Ancara e Paris

A tensão entre a Turquia e a França aumentou depois do assassinato do professor Samuel Paty e de Emmanuel Macron ter apontado o combate ao Islão radical como uma das prioridades do país.

Ancara pediu um boicote aos produtos franceses e Erdogan acusou Emmanuel Macron de seguir uma "agenda anti-islamismo". 

Durante um comício transmitido pela televisão, o presidente turco criticou a atitude do homólogo francês em relação aos muçulmanos em França e pôs em causa a "saúde mental" de Macron.

Mas a polémica ultrapassa as questões religiosas. Macron critica as ambições de poder de Erdogan e França e Turquia estão em lados opostos no conflito entre a Arménia e o Azerbaijão sobre Nagorno-Karabakh, nos conflitos da Líbia e da Síria e sobre as reservas de petróleo no Mediterrâneo Oriental. A tensão aumentou com a decisão da Turquia de enviar um navio de exploração para uma zona marítima reclamada por Atenas.

Mediterrâneo Oriental

Há décadas que Grécia e Turquia mantêm relações difíceis, com ocasionais momentos de violência. No conflito sobre recursos energéticos e fronteiras marítimas, a União Europeia apoia Atenas e considera ilegais as perfurações que Ancara realizou nas zonas costeiras reivindicadas pela Grécia e pelo Chipre

Por seu lado, Ancara destaca os princípios de "justiça e partilha equitativa" e diz que tomar medidas para proteger os direitos no Mediterrâneo é vital para acabar com a dependência energética do estrangeiro".

A Turquia é membro da NATO, parceiro comercial da União Europeia e acolhe milhões de migrantes e refugiados. Em 2016m assinou um acordo com o bloco europeu e concordou em estancar a onda de refugiados para a Europa em troca de ajuda financeira. Mas Erdogan afirma que os 27 não têm honrado o compromisso e ameaça abrir as fronteiras se não tiver mais apoio internacional.

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