Estado de emergência prolongado e novo recorde de Covid-19

Presidente de Portugal realizou dois testes de urgência e foi liberado pela DGS
Presidente de Portugal realizou dois testes de urgência e foi liberado pela DGS Direitos de autor AP Photo/Armando França
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De  Francisco Marques
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Assembleia da República aprova estender o nível de restrições atual por mais uma semana pelo menos, num dia em que Marcelo Rebelo de Sousa teve de se isolar e fazer dois testes de urgência

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Portugal vai manter-se em Estado de Emergência pelo menos até 15 de janeiro e vai rever as restrições dois dias antes de terminar esse prazo.

O decreto presidencial foi aprovado esta quarta-feira pela Assembleia da República, com votos a favor do Partido Socialista, do Partidos Social Democrata (principal força da oposição) e da deputada não inscrita Cristina Rodrigues.

Partido Comunista Português, "Os Verdes", o Chega, a Iniciativa Liberal e a também deputada não inscrita Joacine Katar Moreira votaram contra. Bloco de Esquerda, CDS-PP e PAN abstiveram-se.

O Presidente da República viria posteriormente a publicar um comunicado "sobre a renovação do estado de emergência".

A mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa

"Acabo de renovar, por um período de oito dias, o estado de emergência. Faço-o com os seguintes fundamentos:

1.º Escassos são ainda os dados que possam ser relacionados com o período decorrido entre 23 e 27 de dezembro, ou seja, o período de alívio de medidas pelo Natal, bem como do período seguinte, de Ano Novo, embora os números mais recentes sejam muito preocupantes, demonstrando a imperiosidade das medidas de emergência.

2.º Só no dia 12 serão ouvidos os especialistas acerca dessa matéria e projeções da sua evolução imediata.

3.º Não obstante, os números de casos e de mortos nos últimos dias impõe uma cuidadosa contenção, ou seja, permanência por uma semana do regime em vigor, até que, entre o dia 12 e o dia 13, se possa decidir acerca de eventual nova renovação, sua duração e conteúdo.

Sendo vontade de todos nós que o estado de emergência cesse logo que não seja estritamente necessário e tendo o começo da vacinação trazido acrescida esperança, a pandemia continua, ainda, a ir mais depressa do que a vacinação.

O que explica os sacrifícios que nos continuam a ser pedidos e a paciente coragem com que têm sido enfrentados, que se impõe a todos, a começar pelo Presidente da República.

Fonte: Página da Presidência da República Portuguesa

Recorde de infeções diárias

A decisão de prolongar o estado de emergência acontece num dia em que Portugal registou um novo recorde de infeções diárias pelo SARS-CoV-2.

Foram diagnosticados 10.027 novos casos, um deles o assessor de imprensa do Presidente da República, Paulo Magalhães.

Marcelo Rebelo de Sousa esteve em contacto com este membro da Casa Civil na segunda-feira de forma "muito breve e usando máscara", apurou a agência Lusa, mas esta quarta-feira, depois de se ter colocado em isolamento profilático preventivo, o chefe de Estado realizou dois testes de despistagem do coronavírus, um antigénio e outro PCR.

Ambos os testes tiveram resultado negativo e isso levou a Direção-geral de Saúde a autorizar Marcelo Rebelo de Sousa a continuar a marcar presença física nos debates televisivos em que tem vindo a participar no âmbito da campanha de recandidatura à Presidência.

O portal da presidência deu conta da orientação das autoridades de saúde: "A Direção do Departamento de Saúde Pública da ARS de Lisboa e Vale do Tejo acaba de comunicar à Presidência da República, que foi considerado de baixo risco o contacto que o Presidente da Republica teve, na segunda-feira passada, com um elemento da Casa Civil (que veio a testar positivo ao SARS-CoV-2), pelo que não é necessário isolamento profilático. Na sequência desta decisão da Autoridade de Saúde, o Presidente da República, que já hoje testou negativo, retomou o seu programa de trabalho."

Hospitais sob pressão

Embora tenha revelado 3.115 recuperados, Portugal sofreu em apenas 24 horas mais 91 mortes, somou mais 33 "doentes Covid" internados e tem mais um nos cuidados intensivos (UCI).

A situação levou o Ministério da Saúde a instruir os hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo, uma das regiões mais afetadas, a suspender a atividade não urgente e a reforçar os planos de contingência contra a Covid-19.

Antes ainda de se conhecerem os números do dia, a ministra da Saúde deixava logo pela manhã um alerta por causa da pressão sobre os hospitais.

Estamos novamente numa fase de imensa pressão no Serviço Nacional de Saúde. Estamos a procurar responder, mas precisamos da ajuda de todos.
Marta Temido
Ministra da Saúde de Portugal

A ajuda pedida pela ministra passa pelo respeito das regras sanitárias para conter a propagação do vírus e pela adesão ao plano de vacinação em curso no país.

No dia em que a Comissão Europeia aprovou o uso de uma segunda vacina para evitar a doença, a ministra da Saúde revelou haver já mais de 30 mil portugueses vacinados, garantiu haver quantidade suficiente para a segunda dose da vacina Pfizer/BioNTech e ainda uma pequena reserva armazenada.

Marta Temido antecipou entretanto a chegada de mais vacinas na próxima semana e até final do mês prevê-se que comecem a chegar a Portugal as vacinas da Moderna, hoje aprovadas para uso na União Europeia.

De acordo com o Governo, a vacinação contra a Covid-19 deverá prolongar-se por todo este ano e as medidas de contenção da infeção são para manter. Agora em períodos revistos semana a semana.

Editor de vídeo • Francisco Marques

Outras fontes • RTP, Lusa e Público

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