Assembleia da República aprova estender o nível de restrições atual por mais uma semana pelo menos, num dia em que Marcelo Rebelo de Sousa teve de se isolar e fazer dois testes de urgência
Portugal vai manter-se em Estado de Emergência pelo menos até 15 de janeiro e vai rever as restrições dois dias antes de terminar esse prazo.
O decreto presidencial foi aprovado esta quarta-feira pela Assembleia da República, com votos a favor do Partido Socialista, do Partidos Social Democrata (principal força da oposição) e da deputada não inscrita Cristina Rodrigues.
Partido Comunista Português, "Os Verdes", o Chega, a Iniciativa Liberal e a também deputada não inscrita Joacine Katar Moreira votaram contra. Bloco de Esquerda, CDS-PP e PAN abstiveram-se.
O Presidente da República viria posteriormente a publicar um comunicado "sobre a renovação do estado de emergência".
Recorde de infeções diárias
A decisão de prolongar o estado de emergência acontece num dia em que Portugal registou um novo recorde de infeções diárias pelo SARS-CoV-2.
Foram diagnosticados 10.027 novos casos, um deles o assessor de imprensa do Presidente da República, Paulo Magalhães.
Marcelo Rebelo de Sousa esteve em contacto com este membro da Casa Civil na segunda-feira de forma "muito breve e usando máscara", apurou a agência Lusa, mas esta quarta-feira, depois de se ter colocado em isolamento profilático preventivo, o chefe de Estado realizou dois testes de despistagem do coronavírus, um antigénio e outro PCR.
Ambos os testes tiveram resultado negativo e isso levou a Direção-geral de Saúde a autorizar Marcelo Rebelo de Sousa a continuar a marcar presença física nos debates televisivos em que tem vindo a participar no âmbito da campanha de recandidatura à Presidência.
O portal da presidência deu conta da orientação das autoridades de saúde: "A Direção do Departamento de Saúde Pública da ARS de Lisboa e Vale do Tejo acaba de comunicar à Presidência da República, que foi considerado de baixo risco o contacto que o Presidente da Republica teve, na segunda-feira passada, com um elemento da Casa Civil (que veio a testar positivo ao SARS-CoV-2), pelo que não é necessário isolamento profilático. Na sequência desta decisão da Autoridade de Saúde, o Presidente da República, que já hoje testou negativo, retomou o seu programa de trabalho."
Hospitais sob pressão
Embora tenha revelado 3.115 recuperados, Portugal sofreu em apenas 24 horas mais 91 mortes, somou mais 33 "doentes Covid" internados e tem mais um nos cuidados intensivos (UCI).
A situação levou o Ministério da Saúde a instruir os hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo, uma das regiões mais afetadas, a suspender a atividade não urgente e a reforçar os planos de contingência contra a Covid-19.
Antes ainda de se conhecerem os números do dia, a ministra da Saúde deixava logo pela manhã um alerta por causa da pressão sobre os hospitais.
A ajuda pedida pela ministra passa pelo respeito das regras sanitárias para conter a propagação do vírus e pela adesão ao plano de vacinação em curso no país.
No dia em que a Comissão Europeia aprovou o uso de uma segunda vacina para evitar a doença, a ministra da Saúde revelou haver já mais de 30 mil portugueses vacinados, garantiu haver quantidade suficiente para a segunda dose da vacina Pfizer/BioNTech e ainda uma pequena reserva armazenada.
Marta Temido antecipou entretanto a chegada de mais vacinas na próxima semana e até final do mês prevê-se que comecem a chegar a Portugal as vacinas da Moderna, hoje aprovadas para uso na União Europeia.
De acordo com o Governo, a vacinação contra a Covid-19 deverá prolongar-se por todo este ano e as medidas de contenção da infeção são para manter. Agora em períodos revistos semana a semana.