França admite salvar a Eurostar mas quer ajuda do Reino Unido

Comboio Eurostar na Gare do Nord, de Paris
Comboio Eurostar na Gare do Nord, de Paris Direitos de autor AP Photo/Lewis Joly/ Arquivo
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De  Francisco Marques com France Press
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Governo gaulês revela ajuda na Assembleia Nacional depois de o diretor-geral da ligação ferroviária de Londres para a União Europeia ter admitido que "a catástrofe é possível"

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A França vai ajudar a Eurostar a vencer a crise provocada pela pandemia, mas pretende que também o governo britânico colabore para salvar a ligação ferroviária de alta velocidade entre Londres e a Unuião Europeia, anunciou o ministro adjunto afeto aos Transportes franceses diante da Assembleia Nacional.

Por ser uma empresa de maioria francesa, mas sediada na capital britânica, a Eurostar não teve acesso aos apoios públicos de ambos os governos às respetivas companhias de transportes afetadas pela Covid-19.

A subsistência da Eurostar está ameaçada, avisa o diretor executivo do principal acionista da Eurostar, a SNCF França, os caminhos de ferro gauleses.

Hoje em dia temos apenas uma viagem de ida e volta por dia. Uma circula entre Londres e Paris. Outra faz Londres, Bruxelas e Amesterdão.

"Estes comboios andam com 10% da lotação. A situação é de facto muito complicada.

"Já injetámos dinheiro no capital da Eurostar para os ajudar a ultrapassar esta fase má. Agora estamos a conversar com os governos francês e inglês porque estão ambos envolvidos.
Jean-Pierre Farandou
Diretor-executivo da SNCF França

A Eurostar teve até 2015 uma importante participação de 40% do governo britânico, vendida há cinco anos a privados por cerca de €850 milhões.

Agora, a maioria (55%) é dos caminhos de ferro franceses, os antigos 40% britânicos pertencem ao consórcio Platina Rail e 5% pertence à SNCF Bélgica.

A Eurostar solicitou acesso aos mesmos apoios públicos concedidos por exemplo às a companhias aéreas e uma redução temporária das taxas de uso do único troço de alta velocidade dos caminhos de ferro britânicos.

Essas medidas de apoio iriam somar-se a um prometido corte nas despesas da empresa, a um empréstimo já contraído de €450 milhões e aos €210 milhões investidos pelos respetivos acionistas para compensar a acentuada redução de passageiros.

Só no período entre março e novembro de 2020, a quebra de passageiros atingiu os 95%.

Do lado britânico, também alguns empresários londrinos enviaram uma carta ao ministro das Finanças do executivo de Boris Johnson a pedir ajuda para salvar o apelidado "portão verde para a Europa".

O diretor-geral da Eurostar admitiu esta semana à France Press que "a catástrofe é possível" na empresa.

Jacques Damas pede o desbloqueamento de apoios e a coordenação das regras sanitárias para viagens entre o Reino Unido, a França, a Bélgica e os Países Baixos, os países servidos pelos comboios Eurostar.

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