Manifestações pacíficas, mas com cada vez mais apoio inundam as ruas das duas maiores cidades do país
"Liberdade para Aung San Suu Kyi"; "Abaixo a ditadura militar". Palavras de ordem que ecoaram este domingo em Myanmar. Ganha corpo a contestação contra os militares que depuseram o governo eleito há exatamente uma semana.
Os protestos, que começaram tímidos às janelas, a meio da semana, levaram este domingo milhares de pessoas às ruas.
Não há, para já, notícia de violência, apesar do aparato policial. A maior manifestação ocorreu em Rangum, mas há notícia de protestos também em Mandalay, a segunda maior cidade do país.
A primeira-ministra Aung San Suu Kyi e o Presidente Win Myint estão há uma semana em prisão domiciliária, acusados de delitos menores.
Permanecem sem mandato os 300 deputados eleitos do partido da Liga Nacional para a Democracia de Suu Kyi que deveriam ter tomado posse na passada segunda-feira, de acordo com as eleições de novembro. Na sexta-feira reuniram-se em videoconferência e declararam-se como os únicos representantes legítimos do povo.
O país está agora praticamente isolado em termos de comunicações. Os militares mandaram bloquear o acesso à internet. Internacionalmente, multiplicam-se os apelos para a libertação dos líderes detidos.
A Embaixada dos EUA apelou aos militares para que desistissem do poder e restabelecessem o governo democraticamente eleito.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, garantiu que as Nações Unidas tudo farão para unir a comunidade internacional e criar condições para que o golpe militar seja invertido.