Estrangeiros dominam contrabando de pedras preciosas

Moçambique
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De  Neusa Silva com Lusa
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Em Moçambique, são os estrangeiros que dominam o contrabando de pedras preciosas, semipreciosas e madeira.

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A exploração ilegal de recursos minerais é uma das principais fontes de subsistência na localidade de Chimoia província de Manica, em Moçambique.

As crianças são iniciadas no Garimpo em tenra idade pelos familiares e muitas delas descartam, logo cedo, qualquer possibilidade de ir à escola. Aos 6 anos Nelito Luís já acompanhava o tio e já viu morrer aqui familiares e amigos. Descer é um desafio. Só consegue fazê-lo com um saco de plástico na mão, sem ele não consegue respirar.

A procura por pedras preciosas e semipreciosas acontece, frequentemente, a 80 metros abaixo do solo sem qualquer segurança.

O ministério dos Recursos Minerais de Moçambique proibiu a exploração naquela região. Obete Matine, inspetor deste ministério, explicou em entrevista à Euronews que a mineração na região é subterrânea e, por isso, não é permitida a mineração artesanal ilegal por causa dos riscos envolvidos.

Mas a exploração ilegal continua. Os garimpeiros dizem que sem ela não comem. As pedras semipreciosas são vendidas a preços irrisórios neste mercado ou trocadas por bens de primeira necessidade.

Noé Bernardo, secretário da associação de garimpeiros da região, diz que o seu grupo de garimpeiros é constituído por dez pessoas o que permite explorar por semana 20 a 25 gramas de ouro mas espera organizar-se melhor para chegar a 800 gramas de ouro no mesmo período.

Dados oficias dão conta de que o tráfico ilegal de pedras preciosas é liderado por estrangeiros com destaque para tanzanianos e Tailandeses, explica Obete Matine:

“Encontramos estrangeiros que vêm de muito longe. Encontramos situações em que eles não estão na mineração, de facto, estão no circuito de tráfico, no circuito de comercialização, compra, venda e exportação ilegal. A verdade é que os financiadores detêm a circulação de muito dinheiro, e sei que há processos a decorrer na procuradoria em Cabo Delgado e em vários outros sítios contra estes estrangeiros”, adiantou o funcionário do referido ministério à Euronews.

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