Vulcão Keilir volta a cuspir lava 6 mil anos depois

Agentes da Guarda Costeira Islandesa observam a erupção em Reykjanes
Agentes da Guarda Costeira Islandesa observam a erupção em Reykjanes Direitos de autor Guarda Costeira Islandesa via AP
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De  Francisco Marques
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Fenómeno era aguardado há vários dias no sudoeste da Islândia devido a recorrentes sequências de tremores de terra na península de Reykjanes

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Um vulcão adormecido há mais de 6 mil anos na Islândia voltou a cuspir lava esta sexta-feira. O brilho dos rios de lava podia ser vistos durante a noite em Reiquiavique, cerca de 32 quilómetros a norte.

O fenómeno era aguardado há vários dias devido a recorrentes sequências de pequenos tremores de terra que se vinham sentindo na península de Reykjanes, no sudoeste da ilha.

"Esta erupção não foi de todo uma surpresa. A nação já ansiava há cerca de três semanas por ela. Foi um longo período de espera. A atividade sísmica começou a fazer-se sentir há cerca de 15 meses e tinha vindo a aumentar gradualmente na península de Reykjanes", explicou o professor de geofísica Pall Einarsson.

O departamento islandês de gestão de emergências não prevê a necessidade de evacuar nenhuma região porque o vulcão batizado como Keilir situa-se numa zona remota, a cerca 2,5 quilómetros da estrada mais próxima, nas montanhas Fagradals ("Fagradalsfjall").

O departamento de meteorologia da Islândia, (IMO) numa publicação nas redes sociais já este sábado, deu conta de que a erupção é "pequena" e que "a atividade vulcânica diminuiu desde a noite anterior".

"A fissura eruptiva tem um comprimento aproximado entre 500 e 700 metros. A zona de lava estende-se por menos de 1,2 quilómetros. As fontes de lava são pequenas e os rios representam um perigo muito localizado", explica o IMO.

O presidente da câmara de Grindavík, uma cidade piscatória no litoral de Reykjanes, diz que a erupção veio tranquilizar os residentes.

"Houve um aumento de ansiedade nas pessoas devido aos significativos e recorrentes tremores de terra que vinham a manter as pessoas acordadas. Foi um pouco difícil viver com isto", admite Fannar Jonasson.

O autarca conta-nos que "a ansiedade agravou-se" e relatou os desabafos de muitos conterrâneos, que diziam: "se vai haver uma erupção, é bom que aconteça o quanto antes, pequena e controlada, numa localização segura, se isso significar que os terramotos acabam e nos libertamos desta pressão."

O vulcão Keilir , nas montanhas de Fagradals, esteve adormecido cerca de seis mil anos e há quase oito séculos que a península de Reykjanes não era cenário da erupção de um vulcão.

Há pouco de 10 anos a Islândia teve outro vulcão ativo, que se tornou "estrela mundial". Em 2010, a erupção do Eyjafjallajokull espalhou cinzas por grande parte do leste da Europa, provocando enormes distúrbios na aviação europeia, encerrando inclusive o espaço aéreo de diversos países, Portugal incluído.

A atual erupção do Keilir pode ser acompanhada em tempo real, clicando aqui para seguir as imagens emitidas em direto por uma câmara colocada no local.

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