Pandemia beneficia empresas que apostam no ar livre

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De  Serge Rombi
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Fomos conhecer dois casos de empresas angolanas que apostaram nas atividades ao ar livre e ganharam com a atual conjuntura.

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Tal como em todo o lado, os investidores em Angola são particularmente ágeis e inovadores.

É o que descobrimos com dois empresários. O ponto em comum? Ambos foram capazes de desenvolver produtos para o mercado interno, que anteriormente tinham de ser importados.

Com a pandemia a suspender as viagens por agora, muitos estão a aproveitar para desfrutar do ar livre mais perto de casa. Aqui em Angola, os desportos aquáticos como o caiaque estão a revelar-se populares. É uma maneira de, ao mesmo tempo, fazer exercício e apreciar belas paisagens.

Bom para empresas como a Rukka, em Luanda, especializada na construção de barcos. O interesse renovado, combinado com limitações nas cadeias de abastecimento globais, estão a dar um pequeno impulso à produção interna.

Diz Paulo Reis, CEO da Rukka: "Estas dificuldades despertaram em nós a criatividade. Produzimos muitas coisas, foi um ano de muita realização interna, de criação e de muita motivação de equipa".

A Rukka é uma pequena empresa, que emprega cinco pessoas neste momento e faz caiaques por encomenda. Mas tem planos ambiciosos de crescimento para diversificar os seus produtos. Quer construir novos barcos, para coisas como a pesca artesanal: "A nossa fábrica está quase obsoleta. É demasiado pequena. Estamos a tentar desbloquear uma área de terreno, de espaço, para ter 15.000 metros quadrados para uma fábrica adequada", diz Paulo Reis.

A Rukka trabalha com federações e clubes desportivos para fazer exatamente isso. Faz também parte de um projeto que visa promover os desportos aquáticos em toda a Angola. Diz Paulo Reis: "Embora estejamos mais ligados a Luanda, temos um plano para levar a canoagem e os desportos náuticos a outras províncias que penso terem potencial e excelentes vias navegáveis".

A paixão renovada pelo ar livre, desencadeada pela pandemia, está também a beneficiar outras empresas. A VIPR Angola, igualmente em Luanda, fabrica acessórios para automóveis como barras de tejadilho e para-choques. O volume de negócios aumentou em 15% em 2020.

"2020 foi realmente um ano que pensávamos que ia ser muito complicado em termos de trabalho. Mas felizmente, foi um bom ano, muito positivo para nós. As pessoas que costumavam viajar para longe muitas vezes deixaram de o fazer e estão a tirar férias no nosso país. Para conhecer o país. Há muito para descobrir, muitas praias, muitos lugares escondidos, de difícil acesso, e aventura, muita aventura", diz Pedro Jesus, proprietário da empresa.

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A VIPR cresceu de 60 para 85 trabalhadores ao longo do último ano. Para além de fabricarem peças de veículos, também fazem reparações de carroçaria e pintura, trabalhos elétricos e mecânicos. Tudo aquilo de que os amantes da aventura ao ar livre precisam, para desfrutar do que a natureza tem para oferecer: "Temos sido muito solicitados, no nosso caso, a equipar veículos com suspensões, guinchos elétricos, para-choques de ferro e tudo o que tem a ver com campismo. É uma espécie de desenvolvimento a nível nacional, a redescoberta de Angola", conclui Pedro Jesus.

Essa redescoberta do ar livre está a ser benéfica para estes dois negócios, que conseguiram assim aproveitar a pandemia a seu favor.

Nome do jornalista • Ricardo Figueira

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