População de Cabo Delgado precisa de apoio internacional

Pemba, Cabo Delgado, Moçambique
Pemba, Cabo Delgado, Moçambique Direitos de autor Lusa/Euronews
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De  Nara Madeira com LUSA, AFP
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O drama em Cabo Delgado está longe do fim. Há muita gente ainda em Palma e o conflito armado continua.

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O diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações, o português António Vitorino, apela "urgentemente à comunidade de doadores" ajuda para apoiar milhares de pessoas que estão a fugir "de homens armados" e de "aldeias em chamas" na província de Cabo Delgado, Moçambique.

Em Pemba a espera vai acabando para alguns, à medida que se reencontram com os seus familiares. Mas a situação está longe de estar controlada em Palma e nos locais para onde fogem os habitantes. 

Em Palma persiste o conflito travado entre um grupo extremista, forças governamentais e, diz-se, grupos militares privados e de mercenários.

Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas explicava que as informações que lhes chegam são de que _"__a escalada da violência na província de Cabo Delgado continua a provocar deslocações maciças, na sequência dos recentes ataques de grupos armados, não estatais, e dos confrontos em curso, relatados em Palma desde 24 de Março. _

A situação, em termos de segurança, permanece volátil e isso preocupa-nos a todos. A Organização Internacional para Migrações da ONU já registou cerca de 8000 pessoas nos pontos de chegada em Nangade, Mueda, Montpeuze, bem como em Pemba. (...) Temos informações de que centenas de pessoas ainda tentam sair de Palma, neste momento, e milhares estão a partir a pé por barco e por estrada, algumas estão a ser resgatadas pelos Serviços Aéreos Humanitários da ONU, e outros grupos da sociedade civil".

A situação humanitária dos deslocados é cada vez mais complexa. Perderam tudo, ou quase, e as organizações humanitárias não estavam preparadas para um drama desta envergadura. Os bens essenciais são escassos os traumas muitos como relata Gafuro Manana, ativista voluntário: "o__ntem à noite tentámos arranjar um jantar para eles, pão com manteiga e sumo e água, é o mínimo que nós podemos fazer por eles. (...) É uma operação muito complicada. As pessoas estão muito cansadas, desidratadas e muito traumatizadas, têm traumas que se veem nas suas caras. Quando elas estão aqui até se sentem um pouco perdidas".

Perdidas até porque não há fim à vista para este conflito - ainda que a televisão de Moçambique, baseando-se nas informações do exército, que está a acompanhar no terreno, vá dizendo que as forças moçambicanas estão a ganhar terreno - e porque muitos continuam à espera de saber se os seus familiares que ficaram em Palma estão vivos ou morreram às mãos dos terroristas. Não há números concretos mas sabe-se que mais de duas mil e quinhentas pessoas já perderam a vida.

Em Pemba as forças de segurança moçambicanas mantêm um forte dispositivo de segurança no porto. Cada passageiro é registado e revistado antes de ser entregue às equipas humanitárias que as acolhem.

Um total de 670.000 foram deslocadas internamente, no norte de Moçambique, desde o início da violência em outubro de 2017, diz a Organização Internacional para as Migrações.

A Organização para a Cooperação Islâmica,através do seu portal na internet, condenou os ataques mostrando-se "contra todas as formas de terrorismo e extremismo" e expressando "preocupação com os desenvolvimentos na vila de Palma”.

Editor de vídeo • Nara Madeira

Outras fontes • RTP

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