Polícia recebe formação em direitos humanos na vila de Cafunfo

Agentes da polícia de Cafunfo em formação
Agentes da polícia de Cafunfo em formação Direitos de autor Euronews
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De  Neusa Silva
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A população local lamenta o uso excessivo e desproporcional da força por parte das autoridades de Angola e a iniciativa pretende criar o diálogo entre ambos

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Os efetivos da polícia nacional de Cafunfo, vila mineira da Lunda Norte, em Angola, deram início esta segunda-feira ao programa de formação sobre uso proporcional da força de acordo com o grau de ameaça iminente.

A população local lamenta o uso excessivo e desproporcional da força por parte da polícia local e diz não haver um relacionamento saudável entre as partes

Francisco Chiwa residente da Vila Mineira de Cafunfo afirmou, em entrevista à Euronews, que lamenta o facto de não não haver um relacionamento saudável entre a polícia local e a sociedade civil.

"Sendo todos angolanos, não há entendimento, não há compreensão. Aqui no Cafunfo os homens armados é que têm poder", disse Francisco Chiwa.

No final do primeiro dia de formação o diretor nacional adjunto da escola prática da polícia nacional Subcomissário Pinduka Marques admitiu que as reclamações deste género são frequentes, daí a necessidade de formar a polícia nacional angolana, em matéria de proteção do direito à vida, cidadania e direitos humanos

"O pessoal de Cafunfo tem o trabalho a dobrar, não só na perspetiva do trabalho policial, mas todo o resto do acompanhamento e encaminhamento que deve fazer. A polícia não pode em momento algum dizer isso não é comigo, tem a obrigação de direcionar as pessoas. É a parte visível do estado. E aqui falamos relativamente, é das reclamações que mais nos têm apresentado, é o uso excessivo e desproporcional dos meios coercivos", disse o subcomissário Pinduka Marques, à Euronews.

De acordo com Rafael Marques, presidente do Centro de Estudos UFOLO para boa governação, esta iniciativa surge da necessidade de criar plataformas de diálogo entre a sociedade civil e a polícia Nacional.

Para o jornalista e também ativista, "não basta apenas reclamar e dizer que a polícia matou, a polícia fez e a polícia desfez". "É fundamental que contribuamos para que a polícia seja melhor. Temos a questão do uso do uso dos meios coercivos, que é fundamental, como a polícia deve utilizar estes meios coercivos, como aplicar. Como a polícia deve atender o cidadão, como deve exercer a polícia de proximidade junto ao cidadão e estabelecer mecanismos de diálogo", explicou-nos Rafael Marques.

O projeto de formação foi lançado no local onde ocorreu o mais recente e mediático confronto entre a polícia nacional e a sociedade civil, no final de janeiro, vai estender-se por todo território e está a ser promovido pela polícia nacional em parceria com o centro UFOLO.

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