Trabalho à distância leva milhares de pessoas para o sul de Itália

Trabalho à distância leva milhares de pessoas para o sul de Itália
Direitos de autor Euronews
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Cerca de 145 mil pessoas terão decidido viver no sul de Itália desde o início da pandemia. Os municípios criam condições para o trabalho à distância

PUBLICIDADE

Um estilo de vida sem stress e um custo de vida mais barato são algumas das vantagens que muitos italianos encontraram ao decidirem voltar para as suas cidades natais e trabalhar a partir daí durante a pandemia.

A emergência sanitária está a tornar o sul de Itália um lugar mais atrativo e não apenas para os italianos.

A associação South Working, que aconselha as empresas e as autoridades locais, criou uma rede de cidades no sul, equipadas com ligações rápidas à Internet e espaços de co-trabalho para os profissionais que aí se instalam.

Viver na Catânia não é bem o mesmo que viver em Manhattan, mas quando Michael decidiu mudar-se para Itália, no meio da pandemia, procurava uma mudança de vida e uma empresa próspera para trabalhar.

Michael Xenakis diz que encontrou o sonho americano no sul de Itália. Quando a "Flazio", o maior construtor de websites italiano, com sede na Catânia, lhe ofereceu um emprego.

"Fiquei muito entusiasmado por assumir uma posição fantástica, semelhante ao tipo de trabalho de grande energia que tinha em Nova Iorque, mas que pode ser feito num lugar fantástico como a Catânia", afirma.

A Flazio foi criada há apenas alguns anos e tem vindo a crescer. Flavio Flazio, o fundador, explica que a pandemia impulsionou a procura de mão-de-obra com cada vez mais pessoas a quererem deslocalizar-se.

"Recebemos muito mais Cvs de profissionais altamente qualificados e seniores que trabalham para importantes empresas sediadas em grandes cidades. Abordávamos estes profissionais no passado, mas muitas vezes eles recusavam a oferta, já que a mudança para o sul lhes parecia um sacrifício, que tinha de ser compensado economicamente".

A fuga dos cérebros, em sentido contrário, pode beneficiar bastante a economia local. O confinamento levou muitos jovens profissionais, que tinham partido para prosseguir as carreiras no estrangeiro, a regressar às suas regiões de origem. Estima-se que, no total, cerca de 145 mil pessoas trabalhem agora, remotamente, a partir do sul de Itália.

A associação South Working -Trabalho no Sul - apoia o regresso de jovens profissionais com o objetivo de melhorar a vida no sul de Itália. A presidente da Trabalho no Sul, Elena Militello, chama-lhe a "abordagem do retorno".

"Quando os municípios locais querem aderir à nossa rede, pedimos-lhes que satisfaçam as seguintes condições: uma boa ligação à Internet, aos aeroportos e as estações devem estar facilmente acessíveis e devem criar um espaço de trabalho conjunto que se deve tornar um ponto de referência para a comunidade local, porque estamos empenhados em dar algo em troca a essa comunidade".

Viajámos, com Elena, para Palazzolo Acreide, uma cidade medieval fora da Catânia que é também Património Mundial da UNESCO, onde o despovoamento deixou muitos espaços públicos por utilizar. e falámos com o vice-presidente da autarquia local, Maurizio Palazzolo.

"Este lugar onde costumava existir o antigo castelo será transformado num espaço de trabalho ao ar livre, poderíamos chamar-lhe uma praça digital que será totalmente equipada com ligação à Internet. Aqui, os alunos podem seguir as suas aulas online ou trabalhar à distância, desfrutando da bela paisagem".

O  grande desafio é garantir que não se trate de uma tendência temporária, mas uma forma de ajudar o crescimento económico do Sul de Itália a tornar-se sustentável.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Preços altos levam italianos a cortar no azeite

Parlamento italiano aprova missão naval da UE no Mar Vermelho

Governo italiano vai introduzir novas regras para reduzir acidentes de trabalho