Milhares de pessoas acusam Presidente Zeman de proteger o Kremlin

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De  Francisco MarquesJiri Skacel
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Chefe de Estado acusado de ser "marioneta", por alegada proteção da Rússia no caso da explosão, em 2014, de um paiol de munições em Vrbětice

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Milhares de pessoas manifestaram-se esta quinta-feira em praga contra o Presidente da Chéquia devido a uma suposta proteção da Rússia no caso da explosão de um paiol de munições, em 2014.

Na sequência de evidências encontradas na investigação do caso, o governo levantou suspeitas sobre agentes secretos russos como responsáveis da explosão ocorrida em Vrbětice, que provocou a mortes de duas pessoas.

O caso levou o governo checo a expulsar 18 diplomatas russos do país e a uma retaliação do Kremlin, expulsando 20 diplomatas checos, quase paralisando a atividade da embaixada da Chéquia em Moscovo.

Após quase uma semana em silêncio depois do início do conflito diplomático, o Presidente Milos Zeman veio a público no domingo lançar dúvidas sobre a alegada responsabilidade da Rússia na explosão.

No protesto organizado pelo movimento "Um milhão de momentos pela Democracia", participaram pelo menos 10 mil pessoas, de acordo com números das autoridades. Os manifestantes acusaram Zeman de ser "uma marioneta do Kremlin" e exigiram a demissão do Presidente.

Primeiro, foi o silêncio dele e depois aquela declaração onde copiou as linhas da propaganda russa e da desinformação pró-russa, desafiando os serviços secretos checos e semeando a desconfiança.

"Isto é escandaloso.
Benjamin Roll
Líder do movimento "Um Milhão de Momentos pela Democarcia"

O correspondente da Euronews explica-nos que "os checos estão zangados porque acreditam que o Presidente não está a dizer a verdade". "Dizem que as palavras de Zeman vão contra os interesses do país e magoam as famílias das vítimas (da explosão)", acrescenta Jiri Skacel.

Augustin Bernat, um dos manifestantes, defendeu, em declaração à Euronews, que "o Presidente [Zeman] colabora com o governo russo". "Parece que cumpre ordens", acusou.

Outra manifestante, Klara Holikova, admite que o chefe de Estado "governa pela Constituição, mas evidentemente ele defende os interesses da Rússia", acusa.

O Kremlin nega com veemência todas as alegações checas e também as acusações entretanto levantas de também ter estado envolvido em explosões similares na Bulgária.

Perante a posição assumida pela União Europeia, de apoio à Chéquia, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros sugeriu que Bruxelas investigue as operações de empresários privados no negócio das armas e que estarão em violação de acordos estabelecidos para o setor.

Serguei Lavrov deu alguns exemplos com recurso a notícias de imprensa sobre os negócios do Emilian Gebrev, um negociantes de armas búlgaro.

Na Chéquia, o Presidente Milos Zeman apelou contra "quaisquer formas de histeria" e pediu para se esperar pelo final da investigação oficial, que o nosso correspondente, explica estar a ser "conduzida pelo procurador geral da república".

Outras fontes • Tass, Radio Praga, Radio Free Europe

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