Confrontos sucedem-se junto à Cidade Velha e alastram à Faixa de Gaza. Segurança israelita reforçada para as celebrações do Laylat al-Qadr e do Dia de Jerusalém
A violência continua a fazer-se sentir às portas da Cidade Velha de Jerusalém, em Israel, onde este fim de semana se assiste a uma cerimónia sagrada do Islão, no fim do Ramadão, o Laylat a-Qadr, a Noite do Destino ou a Noite do Poder.
Depois de cerca de 200 palestinianos e pelo menos 17 militares israelitas feridos na noite de sexta-feira, os confrontos deste sábado à noite acabaram com pelo menos mais 90 palestinianos a necessitar de assistência médica, tendo 16 sido mesmo hospitalizados, noticia o Times of Israel.
A violência desta feita alastrou-se para a Faixa de Gaza, onde centenas de palestinianos queimaram pneus e atacaram postos das Forças de defesa de Israel (IDF) com explosivos, incluindo o disparo de pelo menos um roquete às primeiras horas deste domingo, que terá caído num descampado.
"O terror tem consequências", justificaram as IDF pelas redes sociais, numa publicação em que dizem ter contra-atacado com um raide aéreo sobre um posto militar do Hamas, no sul de Gaza.
O comissário da policia israelita, Kobi Shabtai, promoveu uma reunião sobre segurança para aferir a tensão efervescente este fim de semana com as celebrações islâmicas pós Ramadão e ordenou aos comandantes para reforçarem a segurança, em particular em Jerusalém, para prevenir esperar escaladas nos confrontos entre palestinianos e israelitas.
O ministro da Defesa israelita, Benny Ganz, também promoveu uma reunião sobre segurança com altos responsáveis das forças militares e, no final, as IDF também anunciaram o reforço do número de tropas mobilizadas para prevenir uma eventual escalada da violência.
Fim do Ramadão
O Islão encerra o Ramadão, este ano, a 12 de maio (quarta-feira), cumpriu a última sexta-feira do jejum sagrado e este domingo celebra a referida Noite do Destino ou do Poder, que marca a data em que parte do Corão terá sido enviado do Paraíso para o mundo terreno e revelado ao profeta Maomé, no Monte Hira, em Meca.
Os muçulmanos têm por tradição dedicar o Laylat a-Qadr à oração, da súplica e da recitação completa do Corão, o livro sagrado da religião islâmica. É também uma data dedicada ao perdão e serve de prelúdio para o Eid ul-Fitr, a festa que marca o fim do Ramadão.
A data coincide este ano com o Dia de Jerusalém, um feriado nacional israelita, que celebra a reunificação da cidade sagrada hebraica e o estabelecimento do controlo judaico sobre a Cidade Velha após a Guerra dos Seis Dias.
As duas celebrações poderão também degenerar em novos confrontos entre palestinianos e israelitas.