Polícia marroquina tenta travar fluxo migratório ilegal para Ceuta
Marrocos aperta vigilância na fronteira com Espanha. O fluxo de migrantes ilegais a entrar em Ceuta diminuiu nas últimas horas. Em Castillejos, localidade marroquina junto à cidade autónoma espanhola, cerca de 300 jovens revoltaram-se contra as autoridades. Impedidos de entrar no mar, enfrentaram a polícia de choque com pedras e provocaram vários incêndios.
Nos últimos dias mais de 8 mil pessoas terão cruzado a fronteira entre Marrocos e Espanha por terrra e por mar. Mais de 5 mil já foram deportados para Marrocos, mas existem centenas de menores num vazio legal que os mantém em Espanha. As autoridades falam em 1500 crianças e adolescentes que vão ser distribuídos por várias comunidades espanholas. Os menores são instalados em centros de acolhimento depois de serem submetidos a testes de COVID-19.
O governo espanhol diz que está a tentar localizar as famílias, mas muitos chegaram a Ceuta sozinhos e sem documentos. É o caso de Tetouan, que atravessou para Espanha com amigos na segunda-feira.
"Percebes que os teus pais não têm trabalho e que o sistema educativo é muito fraco. O que posso dizer? As pessoas nem sequer têm o suficiente para comer. Os meus pais vêem que se eu vier aqui posso ter um futuro; lá mesmo nem um diploma me garante alguma coisa," diz aos jornalistas enquanto cobre o rosto.
O conflito diplomático entre Espanha e Marrocos não terminou e Madrid conta com o apoio de Bruxelas. A União Europeia acusa o governo de Rabat de instrumentalizar a população para obter vantagens e garante que não vai deixar-se pressionar.